Topo

Esse conteúdo é antigo

Secretário de Segurança de SP promete investigar agressões de PMs com rigor

"Não há complacência com o erro", afirmou hoje general Campos, titular da SSP - MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO
"Não há complacência com o erro", afirmou hoje general Campos, titular da SSP Imagem: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

15/06/2020 13h35

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, João Camilo Pires de Campos, prometeu hoje investigar com rigor diversas ocorrências de agressões envolvendo policiais militares no último final de semana.

Pelo menos três casos do tipo foram registrados na Grande São Paulo nos últimos dias. O primeiro deles aconteceu na noite de sexta-feira, em Barueri, quando um homem rendido foi agredido por policiais militares. Vizinhos que tentaram proteger a vítima também foram atacados pelos PMs, que foram afastados.

Na madrugada do sábado, na zona norte de São Paulo, mais policiais militares agrediram um jovem que afirmava estar na casa da namorada. Os PMs pertenciam ao 43º batalhão, do bairro do Jaçanã, e também foram afastados.

Por fim, durante manifestações ontem na avenida Paulista, um policial militar sem identificação na farda empurrou um repórter do UOL pelas costas para atrapalhar uma gravação. Em nota, a PM prometeu tomar as medidas cabíveis.

"Não há complacência com o erro", afirmou hoje general Campos, titular da SSP, em entrevista coletiva do Governo de São Paulo.

"O governador (João Doria, do PSDB) fez uma nota reprovando os atos, este secretário fez uma nota, e a PM também. Os policiais foram imediatamente afastados e, no sábado, já estavam sendo ouvidos. Um dos pontos fortes da polícia de São Paulo, as corregedorias são fortes, tanto na Polícia Militar quanto na Polícia Civil. Os inquéritos estão em curso e nas delegacias das áreas. Vamos apurar com o rigor que merece o fato, lamentamos profundamente que tenham ocorrido. Os policiais são treinados para que isso não ocorra", acrescentou.

O governador João Doria reforçou na coletiva sua contrariedade aos registros feitos das ações policiais. No sábado, em sua conta no Twitter, Doria classificou como "absolutamente condenável as atitudes dos policiais militares que abusaram da força, em duas ações policiais, uma na capital e outra em Barueri".

"No mesmo dia em que recebi as imagens, eu me manifestei contrariamente a qualquer tipo de violência policial", lembrou hoje o governador paulista.

"O Governo do Estado de São Paulo não aceita violência policial de nenhuma espécie, sob nenhuma justificativa, sob nenhuma condição. Quero dizer isso bem claro, para que a população saiba que não há nenhuma condescendência do governador, do Governo do Estado, com violência policial. Temos a melhor Polícia Militar do país, são mais de 88 mil policiais, e aqueles que cometerem equívocos, falhas, erros, passarão a ter o julgamento devido, além do afastamento imediato da tropa", acrescentou.

Doria ainda deixou claro acreditar que os casos de violência protagonizados por policiais são exceções na corporação. "Poucos não vão comprometer o comportamento de muitos", resumiu.

O secretário Campos, por sua vez, prometeu "providências para que isso (casos de violência policial) seja absolutamente corrigido".