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Jornal: Amigo de João Pedro diz em depoimento que também foi alvo de tiros

João Pedro, 14, foi morto após operação policial em São Gonçalo (RJ) - Reprodução/Twitter/@_danblaz
João Pedro, 14, foi morto após operação policial em São Gonçalo (RJ) Imagem: Reprodução/Twitter/@_danblaz

Do UOL, em São Paulo

29/06/2020 08h15

Um amigo de João Pedro Matos contou em depoimento que também foi alvo de tiros depois de ter ajudado no socorro do adolescente de 14 anos que morreu baleado após uma ação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), em maio. As informações são do jornal O Globo.

De acordo com o relato dado ao Ministério Público do Rio de Janeiro, a testemunha disse que, ao voltar ao local do crime após ajudar no socorro a João Pedro, três tiros foram dados em sua direção e acabaram atingindo o muro da casa. Segundo o jovem, que saiu ileso, um policial pediu desculpas e disse ter disparado porque "poderia ser um bandido" entrando na casa.

O incidente, de acordo com o jornal, ocorreu após o jovem ter ajudado, ao lado de outro amigo e um policial, a levar João Pedro de carro até um campo de futebol, onde estava o helicóptero que deu continuidade ao resgate. Na sequência, os dois amigos voltaram até o local e, segundo o relato, foram alvo dos tiros ao abrirem o portão.

De acordo com O Globo, a outra testemunha presente no momento também relatou os tiros em direção ao amigo. Já o perito da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), em laudo, disse que "ao lado esquerdo do portão de madeira da garagem, foram evidenciados três impactos por projéteis de arma de fogo", o que estaria em consonância com a versão da testemunha.

O adolescente João Pedro Mattos Pinto foi atingido por um tiro de fuzil calibre .556 pelas costas quando estava dentro da casa de seus tios na comunidade do Salgueiro, em 18 de maio, durante uma operação conjunta entre Polícia Civil e Polícia Federal.

O corpo do adolescente foi removido do local de helicóptero e só foi encontrado pela família 17 horas depois, no posto do IML (Instituto Médico-Legal), em São Gonçalo. Antes, o corpo de João Pedro foi levado para o heliporto da Lagoa, na zona sul do Rio, distante cerca de 20 km do local da operação.

Três policiais civis foram afastados e estão sendo investigados pelo homicídio.