Mulher é filmada agredindo avó de 90 anos em Goiás; polícia investiga
Uma mulher foi flagrada empurrando a avó de 90 anos, em São Simão, a 368 km de Goiânia. As imagens mostram a neta puxando o andador da idosa, que não consegue sair do sofá. Após receber o vídeo, o Ministério Público pediu ontem que a Polícia Civil investigue o caso.
O vídeo foi gravado na última quarta-feira (8). Pelo menos quatro pessoas aparecem na imagem, além da idosa. No primeiro momento, uma mulher - que parece ser filha da vítima - discute com ela. A idosa tenta bater nela e é segurada. A neta, que está vestindo um macacão verde, puxa o andador da avó com força e diz: ?Me respeita agora".
Nas imagens, é possível perceber que outros familiares pedem calma para a neta. "Não vou deixar ela bater na minha tia. Essa velha", fala. A idosa tenta caminhar com o andador, mas é impedida pela filha que grita: "Quem manda aqui sou eu".
O vídeo foi entregue para o Ministério Público de Goiás por um parente da idosa. O caso é investigado pela Delegacia de São Simão. O UOL tenta encontrar a família da idosa. O promotor Fabrício Lamas informou que, até o momento, nenhum parente ou advogado encontrou em contato com o órgão.
"Recebemos no final da manhã de ontem esse vídeo. As imagens mostram a idosa sofrendo abusos psicológicos e físicos. É uma situação vexatória, que configura crimes. Assim que o vídeo foi recebido, solicitamos que a polícia instaurasse um inquérito", disse o promotor.
O Ministério Público de Goiás também pediu que o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) verifique a situação da idosa. "Precisamos saber como está a alimentação, o vestuário, os medicamentos e as condições da casa. Também precisamos saber como está o estado psicológico da idosa, para que possamos solicitar um pedido de proteção para ela."
O caso está sendo tratado como prioridade no Ministério Público, segundo o promotor. O órgão quer saber se a situação foi isolada e se a neta convive diariamente com a idosa. Após o compartilhamento das imagens nas redes sociais, um filho da vítima - que não mora com ela - a buscou na residência.
De acordo com o delegado Rafael Gonçalves, todos os envolvidos serão ouvidos nos próximos dias. "O inquérito foi instaurado a partir do estatuto do idoso. A responsável vai responder por humilhar uma pessoa idosa e ainda divulgar imagens dessa humilhação. A pena pode ultrapassar quatro anos", explicou ao UOL.
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