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Justiça afasta servidora do Ibama suspeita de envolvimento em caso da naja

Juiz citou "fortes indícios de prática de atos ímprobos" por parte de Adriana envolvendo animais silvestres - Ivan Mattos/Zoológico de Brasília
Juiz citou "fortes indícios de prática de atos ímprobos" por parte de Adriana envolvendo animais silvestres Imagem: Ivan Mattos/Zoológico de Brasília

Do UOL, em São Paulo

23/07/2020 08h42Atualizada em 23/07/2020 09h45

O juiz Renato Coelho Borelli, da 9ª Vara Federal Cível de Brasília, atendeu a uma solicitação do Ibama e determinou o afastamento da servidora Adriana da Silva Mascarenhas, que atuava também como coordenadora do CETAS/DF (Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres).

O caso tem relação com o episódio envolvendo a picada de uma cobra naja no estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Krambeck, de 22 anos, suspeito de tráfico de animais.

O juiz acatou o argumento do Ibama, que citou "fortes indícios" do envolvimento de Mascarenhas "com fatos investigados relacionados à organização de tráfico internacional de animais silvestres". O órgão também cita "prática de ato de improbidade na emissão de licenças para transporte de animais."

Para Borelli, a decisão de afastamento cautelar se dá porque "os documentos colacionados aos autos demonstram fortes indícios de prática de atos ímprobos e a permanência da servidora no cargo poderá implicar risco à instrução processual."

Com a medida, Mascarenhas fica proibida de frequentar as dependências ou qualquer outra instalação vinculada ao Ibama, "salvo para prestar depoimento em processo disciplinar". Ela também não pode acessar sistemas do órgão "diretamente relacionados à prática ilícita, inclusive por pessoa interposta."

Borelli também intimou a ré a entregar no prazo de 24 horas o seu token e a sua identidade funcional no RH do Ibama, "sob pena de expedição de mandado de busca e apreensão e de configuração do crime de desobediência."

Entenda o caso

O estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Krambeck, de 22 anos, foi picado por uma cobra naja no dia 7 de julho, no Distrito Federal.

Ele, que já recebeu alta, é suspeito de tráfico de animais. Após ser picado pela naja, que Krambeck criava dentro do apartamento onde mora com os pais, a polícia recebeu denúncias anônimas e chegou até um haras onde havia mais 16 cobras de espécies exóticas.

A polícia suspeita de tráfico nacional ou internacional de animais, com a reprodução das cobras. Os oficiais também acreditam que o jovem, junto com colegas da faculdade, usava as serpentes para produzir soro antiofídico ilegalmente.