Major do Exército relata exposição por militares após transição de gênero
Major Seixas virou alvo de trocas de mensagens entre militares ao longo do fim de semana. Em relato publicado no Facebook e no Instagram nesta sexta-feira, o oficial mencionou o motivo: mulher trans, se chama Renata Gracin e ainda consta como efetiva na corporação.
"Hoje acordei com minhas redes sociais lotadas de notificações. O dia que eu sabia que iria chegar, chegou! Estou sendo exposta em grupos de WhatsApp do Brasil todo, o que não me abala. Sou uma lutadora da causa LGBTQI+ e defensora dos direitos humanos. Sou Major do Exército Brasileiro e minha luta continua", escreveu Gracin nas redes sociais.
Formada no curso de Infantaria da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), Seixas escreveu no Twitter que já era mulher trans assumida há algum tempo e que, inclusive, o comando do Exército já sabia sobre sua transição de gênero.
Por meio de aplicativos de mensagens, como WhatsApp, o tom sobre Gracin não ter dado baixa seria de indignação.
Ainda não há oficiais femininos na infantaria, já que a Aman só passou a aceitar mulheres em sua turma a partir de 2018. A formação completa, que inclui a passagem pelo EsPCEx (Escola Preparatória de Cadetes do Exército) dura cinco anos. Como o grupo admitido na Aman há dois anos havia integrado o EsPCEx a partir de 2016, a formatura só é prevista para 2021.
"Depois da criminalização da transfobia pelo STF e equiparação ao crime de racismo, dizer que não se pode ter uma pessoa trans nas forças armadas é o mesmo que dizer que não se pode ter uma pessoa negra. Não vou me calar para o preconceito! Não tenho medo!", disse ela no Twitter.
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