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Suspeitas de latrocínio, filha de Belchior e namorada se entregam à polícia

As duas suspeitas de matarem um metalúrgico em 2019 se entregaram ontem em uma delegacia de São Paulo  - Reprodução/ EPTV
As duas suspeitas de matarem um metalúrgico em 2019 se entregaram ontem em uma delegacia de São Paulo Imagem: Reprodução/ EPTV

Alex Tajra

Do UOL, em São Paulo

14/08/2020 13h41Atualizada em 14/08/2020 18h55

O casal Jaqueline Priscila Dornelas, de 31 anos, e Isabela Menegheli Belchior, de 26 anos, foi preso ontem depois de se apresentar a uma delegacia em São Carlos, no interior de São Paulo. Elas são suspeitas do assassinato do metalúrgico Leizer Buchiwieser dos Santos, em agosto de 2019.

As duas estavam foragidas desde março deste ano, quando foram expedidos os mandados de prisão temporária. Dois irmãos de Jaqueline também são suspeitos de ter participado do crime. Ontem, as duas se apresentaram à delegacia e pegaram de surpresa os policiais e o delegado Gilberto de Aquino, da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), que investiga o caso.

Isabela, que é filha do cantor Belchior, morto em 2017, confessou que deu uma facada em Santos e alegou legítima defesa. Ela disse em depoimento que Santos tentou forçá-la a ter uma relação sexual e por isso reagiu. Os dois irmãos de Jaqueline, que estão foragidos, teriam participado do esfaqueamento.

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A polícia apura se os dois parentes teriam participado da morte porque a perícia encontrou ao menos seis ferimentos por faca no corpo de Santos.

"Os interrogatórios foram feitos ontem e, segundo consta, a Isabela assumiu que deu uma facada em Santos alegando que ele atentou sexualmente contra ela, de forma forçada. Nós, no entanto, apuramos que esse encontro foi todo marcado via chat, e ele pagaria por esse encontro", disse o delegado Aquino à reportagem.

O caso aconteceu em 26 de agosto de 2019. Na investigação, a polícia descobriu que Santos praticava crimes sexuais envolvendo menores de idade. Ele teria marcado um encontro com Jaqueline, que levou sua sobrinha de 3 anos de idade.

"Acabaram matando ele no local, colocaram no carro, jogaram o corpo em um lugar e incendiaram o veículo. Nós investigávamos o caso como homicídio, depois fomos descobrindo o envolvimento de Leizer com a pedofilia", diz o delegado. A polícia deve pedir a conversão das prisões temporárias para preventivas (sem prazo para terminar) após 30 dias de detenção das duas.

A polícia passou a suspeitar da participação de Leizer Buchiwieser dos Santos em crimes sexuais com menores de idade quando notou usuários comemorando sua morte em uma rede social. A partir disso, a investigação apurou outros casos nos quais Santos estaria envolvido.

Para a polícia, Jaqueline e Isabela aceitaram se encontrar com o metalúrgico a fim de extorquir dinheiro dele. A extorsão, no entanto, teria dado errado, o que culminou no assassinato de Santos. Um dia depois da morte, diz o delegado, foi feito um saque com seu cartão no banco.

"Ele tinha um distúrbio mental, fez contato com outras mulheres da cidade fazendo propostas com essa finalidade. Na hora [do encontro com Jaqueline e Isabela], ele chegou a reagir, mas elas acabaram matando ele no local", diz o delegado.

As advogadas de defesa de Isabela e Jaqueline negam que as duas tenham cometido o crime e vão pedir a revogação da prisão temporária.