Polícia apura se grávida foi morta por tiro acidental da filha de 11 anos
Um inquérito instaurado hoje pela Polícia Civil do Amapá quer saber a autoria de um disparo supostamente acidental que matou uma grávida de 9 meses e o bebê dela, na zona rural de Macapá. O crime ocorreu ontem e teria sido praticado por uma das filhas da vítima, de 11 anos, segundo inicialmente apurou a Polícia Militar (PM). O marido da gestante fugiu e ainda é procurado.
De acordo com a PM, a vítima — identificada como Angélica de Oliveira — foi alvejada com um tiro pelas costas na região lombar e morreu poucos minutos depois de chegar à Unidade Básica de Saúde (UBS) do distrito de Maruanum. O bebê também não resistiu. A casa da família fica em local afastado, com acesso à sede do distrito somente por embarcação. Um helicóptero do Grupo Tático Aéreo (GTA) se deslocou até às vítimas, mas ambas já estavam sem vida.
O caso é investigado pela Delegacia de Crimes Contra a Mulher (DCCM), em Macapá. A filha da vítima foi apontada como autora do disparo e deverá ser ouvida até o fim da tarde de hoje no inquérito. Será o primeiro depoimento a ser tomado na investigação, segundo a delegada Sandra Dantas.
Após as oitivas iniciais, a Polícia Civil decidirá se o caso permanece na DCCM ou será encaminhado à Delegacia de Investigação de Atos Infracionais (DEIAI), responsável por apurar infrações análogas a crimes envolvendo menores de idade. Isso dependerá da autoria.
A arma do crime é um rifle calibre 22, segundo a PM. Ela foi apreendida e entregue à perícia da Polícia Técnico Científica (Politec). O proprietário seria o marido da vítima. Ele chegou a comparecer à UBS para acompanhar a esposa, mas fugiu após receber orientação de parentes e ainda é procurado.
Inicialmente, o motivo da fuga é apontado pela PM em razão da inexistência do porte e posse da arma apreendida.
Criança acreditou que arma não funcionava, diz polícia
De acordo com o soldado Diogo Santos Pinheiro, que atendeu o caso, somente a criança apontada como autora do disparo estaria no imóvel no momento do crime.
Testemunhas ouvidas na cena do homicídio teriam contado que a garota relatou estar brincando com o rifle por acreditar que não funcionava mais, apertando o gatilho.
"Tudo indica que a criança encontrou a arma próximo à cama e começou a brincar achando que não funcionava. Ela acabou disparando e acertando a vítima, pelas costas. Pelo que soubemos, o dono não tinha porte e nem posse do armamento", confirmou o militar ao UOL.
A vítima foi sepultada hoje em um cemitério da comunidade rural onde mora.
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