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Cuiabá amanhece coberta por fumaça de queimadas e máxima prevista de 42 ºC

Incêndios já consumiram 2,3 milhões de hectares do Pantanal, segundo dados do Prevfogo - Reprodução/GloboNews
Incêndios já consumiram 2,3 milhões de hectares do Pantanal, segundo dados do Prevfogo Imagem: Reprodução/GloboNews

Do UOL, em São Paulo

15/09/2020 11h15Atualizada em 15/09/2020 15h36

Capital do Mato Grosso, Cuiabá amanheceu hoje coberta pela fumaça dos incêndios que devastam o Pantanal. Até o momento, o fogo já destruiu 2,3 milhões de hectares do bioma — pouco mais que o tamanho de Sergipe ou quase quatro vezes o Distrito Federal, segundo números do Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais).

Nas redes sociais, moradores da capital mato-grossense lamentaram a situação. "Muito triste ver a cidade inteira cheia de fumaça", escreveu um perfil. "Fumaça em Cuiabá se superando a cada dia", publicou outro.

Os danos causados pela fumaça são intensificados pelo forte calor e a baixa umidade relativa do ar. Ontem, a cidade registrou a maior temperatura em 109 anos — 42,7 ºC —, de acordo com dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). O recorde histórico já havia sido igualado na quinta-feira (10), quando fez 42,6 ºC em Cuiabá.

Para hoje, a previsão do Climatempo é de mais calor: 42 ºC. A umidade relativa do ar pode chegar a 10% no fim da tarde, o que caracteriza estado de emergência. No domingo (13), o aeroporto da capital mato-grossense chegou a registrar apenas 4%; pelo Inmet, a mínima no dia foi de 7%.

Acesso à gruta destruído

Além da fauna e da flora, as queimadas no Pantanal também têm destruído cenários de belezas naturais em Mato Grosso. O último alvo das chamas foi a mística Dolina Água Milagrosa, em Cáceres, a 225 quilômetros de Cuiabá. Ontem, um incêndio de grandes proporções destruiu o único acesso ao local, uma escadaria de 155 degraus.

As imagens, divulgadas pela prefeitura do município, mostram a escada de madeira reforçada nas pedras, destruída — algumas partes viraram cinzas. O comandante regional dos bombeiros, Tenente-Coronel Vicente, disse que a corporação foi acionada na última sexta-feira (11), mas que os oficiais não conseguiram chegar ao local.

"No dia 11, nós estávamos com as equipes empenhadas em combater incêndios nas áreas da cidade, que poderiam atingir residências. Tentamos contato no dia seguinte, mas não conseguimos falar com ninguém. Infelizmente ou felizmente, a ocorrência chegou num momento que tínhamos que decidir se apagávamos o fogo na escadaria ou as chamas nas áreas urbanas", contou Vicente ao UOL.