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Estelionatário usava nome de advogado para aplicar golpe em idosos no Rio

Gabriel Brum é suspeito de praticar golpes contra idosos no Rio de Janeiro - Arquivo pessoal
Gabriel Brum é suspeito de praticar golpes contra idosos no Rio de Janeiro Imagem: Arquivo pessoal

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

21/09/2020 09h38

A Polícia Civil do Rio prendeu na semana passada um falso advogado que aplicava golpes em idosos que buscavam regularização de pendências junto ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O homem, identificado como Gabriel Brum, 39, se apresentava como advogado que atuava no ramo previdenciário e prometia aos idosos acesso à aposentadoria.

Ao menos 20 golpes do falso advogado foram apontados pela polícia, que cumpriu na última segunda-feira um mandado de prisão por crime de estelionato. Segundo o delegado Hilton Alonso, responsável pelas investigações, ao falso advogado eram repassadas quantias de R$ 8 a R$ 15 mil para regularização de pendências junto à Previdência.

"As vítimas narraram que contrataram os serviços do falso advogado, que após ludibriar os idosos recebia vultosas quantias na promessa de recolhimento dos atrasados do INSS e seus honorários, para que os mesmos conseguissem a sonhada aposentadoria. Contudo, após os pagamentos, o autor não era mais localizado pelas vítimas e quando estas iam ao INSS descobriam que nenhum processo havia sido dado entrada", disse Alonso.

Ficha corrida

De acordo ainda com o delegado, Brum possui uma extensa ficha criminal iniciada em 2006 - a maioria por golpes. O investigador explicou que as vítimas conheciam o estelionatário por terceiros. Um advogado que chegou a ser contratado por Brum para atuar na defesa dele também foi envolvido nos golpes.

"Visando dar maior credibilidade, o autor incluía nos contratos o nome de um verdadeiro advogado que o autor conheceu quando o contratou para atuar em sua defesa em outros casos de estelionatos cometidos. Esse advogado não teve qualquer contato com as vítimas até começar a ser chamado para responder por processos disciplinares na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), abertos por estas vítimas após o golpe sofrido, o que fez que esse advogado também virasse vítima do estelionatário", disse Alonso.

Gabriel foi preso no condomínio onde morava sua companheira, no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio. "Em face de Gabriel havia um mandado de prisão decorrente de sentença condenatória pelos crimes de estelionato, no qual foi condenado a uma pena de 1 ano, 1 mês e 15 dias de prisão", explicou o delegado.

A sentença foi expedida pela 28ª Vara Cível no dia 16 de janeiro deste ano e se refere a um caso ocorrido em 2012. A Polícia Civil concluiu ainda outros três inquéritos envolvendo o falso advogado pelos mesmos crimes ocorridos em 2014. Os casos foram enviados ao Ministério Público do Rio (MP-RJ).

De acordo ainda com as investigações, Brum possuía cartões de visita intitulando-se advogado e fazia contratos de honorários e emitia recibos de pagamentos como advogado por uma empresa jurídica.

O UOL ainda não conseguiu localizar a defesa de Gabriel Brum.