Menino de 6 anos morre atropelado por trem no RJ; polícia apura negligência
A Polícia Civil investiga se houve negligência ou omissão por parte da madrasta de um menino de seis anos que morreu na sexta-feira (02) após ser atropelado por um trem em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. De acordo com as investigações, Otávio Henrique de Almeida Lemos estava brincando na linha do trem sob os cuidados da mulher.
O caso aconteceu nas imediações da estação Saracuruna da Supervia, concessionária que administra os trens. O menino acabou sendo atingido por uma composição da extensão Guapimirim que chegava à estação Saracuruna.
Em depoimento, Tayna Francinett Rodrigues alegou que chegou a pedir para a criança sair dos trilhos, mas ele não teria obedecido. A madrasta disse ainda que não viu a locomotiva se aproximar. Tayna foi presa em flagrante, porém vai responder em liberdade pelo crime de homicídio culposo, que é quando não há a intenção de matar.
A reportagem do UOL procurou a defesa de Tayna para falar sobre o caso, mas ainda não obteve resposta.
Familiares querem justiça
Um parente, que pediu para não ser identificado, disse que Otávio Henrique era um menino muito amado: "Ele era um garoto muito inteligente, amava a família, era muito companheiro da gente. Todos adoravam ele. Ele foi criado aqui em Caxias, ele jamais teria ficado nos trilhos se ouvisse o trem se aproximar. O sentimento agora é de justiça e tristeza só isso", desabafa.
O menino chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital Adão Pereira Nunes, na mesma região. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias, Otávio Henrique deu entrada na unidade de saúde por volta das 19h20 de sexta-feira, com quadro de parada respiratória.
Por meio de nota a pasta disse ainda que "a equipe tentou reanimá-lo", mas ele não resistiu. O corpo do menino foi encaminhado para o IML no sábado.
Investigações
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Paulo Roberto Lima, da 60ª DP (Campos Elíseos), as investigações estão em andamento e diligências são realizadas para determinar as circunstâncias do fato. Os familiares da criança já foram ouvidos e outras pessoas ainda devem prestar depoimento.
"Aqui pra gente, ela [a madrasta] teria avisado ao menino que era para ele sair dos trilhos, mas ficou claro que ela não interferiu naquela situação, entendemos que a conduta dela foi negligente", disse o delegado.
Porém, após a prisão em flagrante, Tayna Francinett foi solta pela Justiça tendo que cumpri medidas cautelares como comparecer mensalmente em juízo, não mudar de endereço sem informar à Justiça e estar proibida de deixar a cidade. Para o juiz Rafael de Almeida, não há necessidade dela permanecer presa até o julgamento.
O que diz a Supervia
Por meio de nota, a Supervia lamentou profundamente a morte do menino e disse que adotou todas as providências necessárias para o atendimento à vítima. A concessionária disse ainda que está em contato com a delegacia responsável para colaborar no que for possível. Confira a nota na íntegra:
"Assim que soube do fato, a concessionária adotou todas as providências necessárias, acionando o Corpo de Bombeiros e o Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer) para o devido atendimento à vítima. A SuperVia lembra que é extremamente importante que a população respeite as normas de segurança e não caminhe na linha férrea, área destinada exclusivamente para a circulação dos trens. O respeito a essa regra é imprescindível para evitar acidentes, que colocam em risco a vida de pessoas que acessam a via de forma irregular, além de causar prejuízos à circulação. A concessionária ressalta que já está em contato com a delegacia responsável pelo caso para subsidiar, no que for possível, o andamento da investigação policial".
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