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Polícia diz que morte de padre foi premeditada para pagar dívida de drogas

O padre Adriano da Silva Barros, da paróquia de Simonésia (MG) - Reprodução
O padre Adriano da Silva Barros, da paróquia de Simonésia (MG) Imagem: Reprodução

Felipe Munhoz

Colaboração para o UOL, em Lençóis (BA)

16/10/2020 21h32Atualizada em 17/10/2020 00h22

O delegado Gladyson de Souza Ferreira afirmou hoje que acredita, de acordo com as primeiras investigações, que o crime que culminou na morte do padre Adriano da Silva Bastos, 36, em Manhumirim (MG), foi premeditado para pagar dívida de drogas do irmão do suspeito detido.

O rapaz de 22 anos que foi preso na quarta-feira (14) teria dito em seu depoimento que tinha uma relação amorosa com o padre e tentou extorqui-lo para que ele não divulgasse o relacionamento. No entanto, a polícia não acreditou nesta versão e voltou a interrogá-lo ontem.

"Na verdade, o fato foi premeditado. No sábado (10), houve uma reunião entre o suspeito preso, o irmão dele e mais uma pessoa, para tramar, ao que tudo indica, esse crime de latrocínio", disse o delegado titular da área de segurança de Manhumirim, que assumiu o caso ontem.

Ainda segundo Ferreira, a motivação seria uma possível dívida de drogas do irmão do suspeito com traficantes. Ele é do Rio de Janeiro e, durante uma abordagem da Polícia Militar daquele estado, teria tido entorpecentes apreendidos.

"Ele é um conhecido traficante por lá e estaria devendo uma quantia de drogas. Em razão desse prejuízo [com as drogas apreendidas], ele teria vindo até Manhumirim para levantar o dinheiro. Foi quando tiveram a ideia de cometer esse crime", afirmou o delegado.

Segundo suspeito detido

Na noite de hoje, a Polícia Civil de Minas Gerais postou no Twitter que o segundo suspeito foi preso no Rio de Janeiro e o carro que havia sido roubado foi recuperado.

"Na quarta-feira, o conduzido tentou ocultar o corpo. Ao tomar conhecimento desse fato, identificamos outra pessoa, que teria conhecimento do fato e fornecido o combustível. Agora estamos trabalhando para a sua devida qualificação", explicou Ferreira, antes de o segundo suspeito ser encontrado.

A polícia identificou os últimos passos do padre e conseguiu localizar alguns pertences como documentos pessoais (CPF, carteira de plano de saúde, CNH) e cartões de crédito.

Polícia encontra documentos do padre Adriano da Silva Bastos ao refazer últimos passos da vítima - Divulgação/PC-MG  - Divulgação/PC-MG
Polícia encontra documentos do padre Adriano da Silva Bastos ao refazer últimos passos da vítima
Imagem: Divulgação/PC-MG

Prisão do primeiro suspeito

A Polícia Militar informou que, por volta de 18h de quarta-feira, foi acionada por um morador do Córrego Pirapetinga, em Manhumirim, que visualizou um pequeno incêndio em seu terreno e, ao se deslocar para o local para apagá-lo, localizou um corpo carbonizado.

Equipes da PM e da Polícia Civil foram até o local, sendo constatado pela perícia que existiam ainda ferimentos provocados, provavelmente, por facas.

Policiais militares disseram que abordaram, próximo ao local do crime, um jovem de 22 anos, na companhia de um menor de 16. "O rapaz apresentava um certo nervosismo e estava com um corte na mão esquerda", descreveram os PMs, que libertaram os dois por não saberem do crime até aquele momento.

Enquanto isso, após a divulgação da morte do padre, outra equipe da PM relatou que teria visto o mesmo jovem entrando no carro da vítima em Manhumirim. Diante disso, os policiais foram até a casa onde o suspeito reside, e o localizaram.

"O menor que estava junto alegou não ter participação. Porém, sabia do crime e não falou nada com ninguém, motivo pelo qual também foi apresentado na delegacia acompanhado de seu pai", disse o informativo da PM.