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Supostos envolvidos na morte de jornalista no RJ são presos; um deles é PM

Jornalista e pré-candidato a vereador Leonardo Soariano Pereira Pinheiro foi morto em maio deste ano - Reprodução
Jornalista e pré-candidato a vereador Leonardo Soariano Pereira Pinheiro foi morto em maio deste ano Imagem: Reprodução

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

24/10/2020 14h41

A Polícia Civil prendeu hoje dois homens acusados de envolvimento na morte do jornalista e pré-candidato a vereador Leonardo Soariano Pereira Pinheiro, 39, em maio deste ano, no bairro Parati, em Araruama, Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Os agentes da 118ª (Araruama) contaram com o apoio das 124ª DP (Saquarema) e 129ª DP (Iguaba Grande).

De acordo com as investigações, Léo Pinheiro, como era conhecido, realizava uma entrevista com moradores da região quando foi abordado, em plena luz do dia, por dois homens em um carro. Um criminoso encapuzado mandou que o jornalista se ajoelhasse e o executou. Ele trabalhava em projetos sociais na cidade de Araruama e tinha uma página local de notícias, a "A Voz Araruamense".

A polícia informou que os suspeitos de envolvimento no crime são o policial militar Alan Marques de Oliveira e Cleisener Vinícios Brito Guimarães. Com eles, os agentes apreenderam duas armas, dois carros e uma moto-aquática.

A irmã de Leonardo Pinheiro conversou com o UOL. A dona de casa Aline Pinheiro, 41, disse que a família aguardava ansiosa pela prisão dos envolvidos:

"Alivia muito a prisão deles. Eu estava esperando ansiosa por isso. Só tenho a agradecer a equipe da 118ª DP, foram super atenciosos com isso. Esse período aguardando a prisão deles foi muito doído. Meu irmão era um ser humano incrível. De que valeu tirar a vida dele?. Um pai de família, um marido exemplar, um excelente homem. E agora a nossa alma relaxa. Sei que não trará meu irmãozinho amado de volta, porém estou aliviada. É triste ver a crueldade do ser humano. Tudo por causa de poder, olha do que eles são capazes. Meu sobrinho só tem 10 anos e ficou sem o herói, sem o amigo, sem o parceiro. Eu tenho um sonho de continuar tocando o projeto dele, mas preciso primeiro deixar isso tudo passar mais um pouco. Essa dor nunca tem fim", desabafou Aline.

A investigação aponta que a motivação do crime seria porque Leonardo, que também era líder comunitário, estaria reunindo um grupo de eleitores na região onde o policial militar preso mora. O PM já foi candidato a deputado estadual nas eleições de 2018, e a mulher dele é candidata ao cargo de vereadora nas eleições de 2020. Ou seja, o assassinato teria sido cometido por disputa política no local.

Questionada pelo UOL a respeito da prisão de um agente da corporação, a Polícia Militar ainda não se pronunciou.