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'Está todo mundo destruído', diz mãe de bebê que morreu engasgado com uva

Gabriel era filho de Igor Magalhães e Ana Gabrieli de Souza - Acervo pessoal
Gabriel era filho de Igor Magalhães e Ana Gabrieli de Souza Imagem: Acervo pessoal

Felipe Munhoz

Colaboração para o UOL, em Lençóis (BA)

29/10/2020 17h16

A mãe do bebê de um ano que morreu terça-feira (27), em Sorocaba (SP), depois de ter ficado 17 dias na UTI por ter engasgado com um bago de uva disse hoje ao UOL que todo mundo da família está destruído e mal consegue se alimentar.

Gabriel Magalhães de Souza estava na UTI do hospital Gpaci desde o dia 10 de outubro. Ele teve uma parada cardíaca e morreu por volta das 21h da terça-feira (27), de acordo com a mãe, a operadora de caixa Ana Gabrieli de Souza, 22 anos.

O bebê foi enterrado ontem no cemitério Pax, em Sorocaba. Por conta do novo coronavírus, apenas o pai, Igor Magalhães, e a mãe puderam participar da cerimônia. "Ele estava super lindo com a roupinha dele de aniversário que nem chegou a usar", contou Gabrieli. O menino completou o primeiro ano no dia 21, quando já estava na UTI.

A jovem disse que a família está muito abalada com a perda. "Todo mundo está destruído. Só chora e nem comer come direito. Está bem difícil", desabafou a operadora de caixa.

Gabrieli acredita que o filho virou um anjo que vai ajudar a cuidar dela e do marido. "Acho que ele foi muito feliz aqui comigo e com o pai dele. E que ele vai estar lá em cima com Deus, cuidando de mim e do pai dele e curando essa dor aos poucos", refletiu.

Após perder o único filho, a jovem disse que é preciso aproveitar todo o momento com os filhos. "Um dia não é igual ao outro. E a dor da perda é a pior dor, a que nada cura. Só Deus ameniza a dor com o tempo. E quando uma mãe perde um filho, ela perde um pedaço do coração e nada traz este pedaço de volta", lamentou a mãe.

Como aconteceu?

Na quinta-feira (22), Gabrieli contou à reportagem que foi trabalhar no dia 10 de outubro, quando recebeu um telefonema avisando que o filho tinha engasgado com um bago de uva, que estava com o pai na casa do sogro.

O bebê foi levado para o Pronto Atendimento da zona norte de Sorocaba e teve uma parada cardíaca quando chegou ao local.

"Eles [os médicos] reanimaram ele. Depois de 2 horas, ele foi encaminhado para o Gpaci e, quando chegou aqui, teve várias convulsões. Daí teve que tomar remédios fortes para o cérebro porque com a parada [cardíaca] faltou oxigênio no cérebro", disse Gabrieli.