Topo

Esse conteúdo é antigo

RS: menino de 2 anos morre asfixiado em casa; pai é preso como suspeito

Silva Júnior/Folha Imagem
Imagem: Silva Júnior/Folha Imagem

Felipe Munhoz

Colaboração para o UOL, em Lençóis (BA)

03/12/2020 19h24

Um menino de dois anos foi encontrado morto na madrugada de hoje na casa onde morava com o pai e o avô, em Garibaldi (RS), cidade da Serra Gaúcha. De acordo com a delegada responsável pelo caso, de forma preliminar, a perícia acredita que a criança foi asfixiada e depois, quando já estava morta, levou três golpes de faca.

O pai do menino teve um surto psicótico pouco antes do corpo ser encontrado por vizinhos, informou a polícia, e acabou detido como principal suspeito do crime.

A Brigada Militar afirmou ao UOL que às 3h recebeu um chamado de moradores do bairro Integração no qual diziam que um homem de 39 anos tinha tido um surto psicótico, não falava coisa com coisa e estava nu perambulando pela rua Ângelo Breda. A brigada foi até o local junto com uma equipe do Corpo de Bombeiros e ambos constataram a veracidade da denúncia.

O homem foi socorrido e levado para o Posto de Atendimento Médico (PAM) de Garibaldi. Ao chegar ao posto de emergência, a brigada disse que recebeu outro chamado dizendo que, no local onde o homem morava, foi encontrada uma criança morta, o filho do suspeito. Outra equipe foi enviada para a residência, que encontrou a criança morta e acionou a Polícia Civil.

A delegada da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Bento Gonçalves, Deise Salton Brancher Ruschel, afirmou que a criança, que completaria três anos no final do mês, foi encontrada com lesões no peito e com um saco plástico na cabeça.

"Segundo a perícia, o que me foi passado preliminarmente, a causa da morte foi asfixia mecânica, por sufocação e esganadura. E ele levou três facadas que atravessaram o abdômen. Mas estas facadas ele recebeu já em óbito", disse.

Ruschel afirmou que o suspeito será indiciado por homicídio qualificado e majorado pelo fato da vítima ser menor de 14 anos. "Nós procedemos todas as diligências cabíveis naquele momento, portanto, acionamos a perícia, tomamos todos os depoimentos das pessoas que tinham alguma informação relevante sobre o caso. E eu compreendi que havia elementos suficientes para autuar em flagrante o pai da criança", explicou.

Ainda segundo a delegada, no depoimento, o pai da criança optou por permanecer em silêncio e, segundo ela, não aparentava estar nervoso, "mas também não estava num estado de ânimo tranquilo porque, afinal de contas, ele estava sendo preso por praticar homicídio contra o seu filho", disse a delegada.

Faca é encontrada no local

O avô da criança, que também mora no local, havia viajado para uma cidade de praia e não estava na residência no momento do crime, segundo a delegada.

"No local do crime nós encontramos a faca enrolada em uma toalha, ela foi avaliada lá mesmo pelo perito, recolhida, apreendida e acompanhará os autos. Encontramos munição e duas armas, duas espingardas, mas são de propriedade do pai [do suspeito], então, mais uma vez, para este fato não foi relevante", destacou.

 Posto de Atendimento Médico (PAM) de Garibaldi, no RS - PAM de Garibaldi/Reprodução - PAM de Garibaldi/Reprodução
Posto de Atendimento Médico (PAM) de Garibaldi, no RS
Imagem: PAM de Garibaldi/Reprodução

Homem tranquilo e um pai amoroso

A Polícia Civil disse que não tem informações ainda sobre o relacionamento do suspeito com a mãe da criança, mas destacou que as testemunhas afirmaram que o homem tinha um comportamento bem tranquilo.

"Ele não tem antecedentes criminais específicos em crimes contra a vida, contra a integridade física e, inclusive, as testemunhas mencionam que ele é uma pessoa bastante tranquila, amorosa com o filho. Ele tinha um antecedente bastante antigo, um crime contra patrimônio, algo que, para análise deste caso, eu entendo como irrelevante. O relacionamento com a vizinhança, com a família era bastante harmônico", salientou a delegada.

O pai da vítima foi levado para a prisão de Garibaldi, onde aguardará a Justiça decidir se ele será mantido detido até a conclusão do inquérito policial.