Mãe de santo e cadáveres na horta: dono da "pousada da morte" é preso em AL
Foram 17 anos de uma caçada que terminou ontem (9) em uma casa na praia do Francês, um paraíso turístico no município de Marechal Deodoro (AL). Condenado a 26 anos e seis meses de prisão, mas foragido antes mesmo do julgamento, o empresário Francisco Antônio Lino, 62, foi finalmente detido.
A pousada Recanto Verde ficava em Bayeux, na região metropolitana de João Pessoa e ganhou a alcunha de "pousada da morte" após, em agosto de 2003, a polícia achar os corpos de três funcionários enterrados no local. As investigações apontaram que eles foram mortos à faca por Lino, que queria evitar pagar por trabalhos feitos no empreendimento.
Lino foi detido depois de uma denúncia anônima apontar seu paradeiro. Após 20 dias de um monitoramento da polícia em Alagoas, uma operação realizada pelas polícias alagoana e paraibana prenderam o foragido, que não resistiu à prisão.
O período de fuga de Lino foi tão longo que o mandado de prisão dele (com validade de 15 anos) expirou em agosto de 2018 e precisou ser renovado pelo juiz Antônio Maroja Limeira Filho, da 1ª Vara Mista de Bayeux.
Lino não usava nome falso em Alagoas e tinha uma boa vida ao lado da esposa em uma das praias mais famosas e disputadas por turistas no estado.
"Não diria que levava uma vida de luxo, mas morava numa boa casa próxima à praia", conta o delegado Gustavo Henrique, chefe da Deic (Divisão Especial de Investigações e Capturas) da Polícia Civil de Alagoas.
Ele afirma que a esposa de Lino informou à polícia que eles moravam em Alagoas havia seis anos. "Ela informou que ele fazia bicos com construções, mas acreditamos que ele sobrevivia do que juntou quando trabalhava na Paraíba. Não há crimes cometidos aqui em Alagoas", diz o delegado.
Crime foi tema do programa "Linha Direta"
O caso da pousada da morte causou grande repercussão e ficou conhecido nacionalmente em 2006, quando o extinto programa "Linha Direta", da TV Globo, retratou a história dos crimes em um programa especial.
"As três vítimas eram funcionárias da pousada, e a motivação dos delitos, de acordo com as investigações da polícia paraibana, teria sido o fato que elas teriam créditos trabalhistas junto ao infrator. Ou seja, para não pagar, ceifou covardemente as vidas. O infrator ainda enterrou os corpos em uma área da pousada", afirma o delegado.
Para não levantar suspeitas sobre o cemitério clandestino que mantinha no local, Lino fez uma horta, onde plantava verduras.
Curiosamente, os corpos das vítimas só foram achados após a avó do garçom morto em 2003 ir até uma mãe-de-santo, que jogou búzios e apontou que as vítimas estavam enterradas na própria pousada.
A polícia foi ao local. Após escavações, em agosto de 2003, confirmou a informação e achou os restos mortais das vítimas. Desde então Lino era caçado pela polícia.
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