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Quadrilha usava microcâmeras em caixas para captar senhas e sacar auxílio

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

08/01/2021 11h56

Policiais civis da DRF (Delegacia de Roubos e Furtos) do Rio de Janeiro, com apoio da DVRFA (Divisão de Roubos e Furtos de Automóveis), prenderam, na quarta-feira (6), suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em furtos, que clonava cartões para sacar benefícios como o auxílio emergencial e o Bolsa Família. As investigações mostraram que os criminosos instalavam microcâmeras escondidas em caixas eletrônicos para captar senhas.

O grupo instalava ainda equipamentos de leitura e clonagem dos cartões das vítimas, conhecidos como "chupa-cabra". A quadrilha tinha um grupo especializado para verificar os vídeos das microcâmeras para descobrir as senhas e poder realizar o saque dos benefícios que não contam com cartões com chip ou controle de biometria.

A Polícia Civil prendeu, na última quarta-feira (6), Francisco José Oliveira, Alexandre Rodrigues e Clóvis Lima de Oliveira, que era considerado foragido da Justiça. Ele foi encontrado em casa, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. Clóvis possuía mandado de prisão por condenação definitiva expedido pela 2ª Vara Federal de Niterói pelas mesmas práticas contra a Caixa Econômica Federal.

De acordo com o delegado Gustavo Rodrigues, titular da DRF, a quadrilha, desde novembro, atuava em diversos municípios do Rio com uma planejada divisão de funções e tarefas.

"Tinham 3 grupos responsáveis só pelo saque e pessoas que integravam a quadrilha para verificar os vídeos para descobrir a senha e desvincular do respectivo cartão. Tinham pessoas idosas que necessitavam daqueles benefícios. Quando eles procuravam sobre aquele saque indevido lhes era informado que foi realizado com a senha pessoal da pessoa", disse o delegado.

Na operação foi apreendido material utilizado para a prática de furtos, como dezenas de cartões de clonados com senhas anotadas, equipamentos para leitura e clonagem de cartões ["chupa-cabras"] e frentes de caixas eletrônicos com microcâmeras usado para roubar as senhas das vítimas. A polícia também apreendeu uma contabilidade paralela da quadrilha, indicando a participação de outros integrantes. A DRF continuará investigando o caso para tentar localizar pelo menos outros cinco participantes da quadrilha.