Carlos Madeiro

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Homens desaparecem em viagem de ônibus entre SP e AL; polícia investiga

A Polícia Civil de Alagoas está investigando o desaparecimento de dois trabalhadores que embarcaram em um ônibus em Cascavel (PR), com destino a Maceió (AL). Eles sumiram no meio do caminho, após deixarem o terminal do Tietê, em São Paulo, na noite do último dia 8.

Erinaldo Clemente da Silva e Júnior Silvino da Silva estavam sendo esperados por familiares em Maceió no dia 10 de maio, mas eles não chegaram. Os dois embarcaram em um ônibus da empresa Catedral.

Preocupados, os parentes procuraram a polícia e contaram que ambos foram "deixados" pela empresa e fizeram último contato no dia seguinte a deixarem São Paulo.

O caso está sendo acompanhado também pelo PLID (Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos), do Ministério Público de Alagoas.

O que aconteceu

Segundo Rosileide Maria da Silva, irmã de Erinaldo, ele estava vindo com o amigo para passar uma temporada em Maceió, sua cidade natal.

Ambos trabalham como pedreiros no Paraná e costumavam visitar parentes na capital alagoana. Erinaldo, inclusive, enviou um vídeo para a irmã logo após embarcar em São Paulo, mostrando a saída da cidade.

Ele estava superfeliz para fazer surpresa para os Dia das Mães, iriam passar uns dias. Ele mora lá há cerca de sete anos, já tinha vindo outras vezes para a capital, não tinha motivo para ficar no caminho.
Rosileide Silva

Mensagens a partir do dia 9 não foram entregues
Mensagens a partir do dia 9 não foram entregues Imagem: Reprodução/WhatsApp
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A última visualização do WhatsApp de Erinaldo ocorreu no dia 9, às 13h12. A partir desse dia, a irmã afirma que tentou contatos várias vezes, mas não obteve mais retorno. As mensagens também não foram entregues.

O último contato por voz deles foi feito por Júnior com a irmã dele. Rosilene conta que ele afirmou que ambos tinham sido "esquecidos" na parada pela empresa de ônibus, que seguiu viagem sem eles.

Eles se falaram por volta das 13h20 do dia 9. Eles contaram que estavam na parada de almoço e, quando voltaram para o embarque, o ônibus não estava mais. Ele disse que tinham ficado apenas com a roupa do corpo, mas não disseram onde. As malas seguiram no ônibus. A partir daí, não tivemos mais contato.
Rosileide Silva

Polícia pede quebra de sigilos

As famílias já prestaram depoimento à polícia, que agora cobra que a empresa dê informações sobre o local onde eles foram deixados. Também foram pedidas as quebras de sigilo bancário e telefônico para tentar saber por onde os dois passaram nesses dias.

A polícia já sabe que o último sinal telefônico capturado dos dois ocorreu no dia 15, mas não sabe o local porque isso depende da autorização da quebra do sigilo.

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Pedimos as câmeras do ônibus e das paradas, mas a empresa dificultou e diz que é questão de privacidade deles. Não há reserva jurisdicional disso, a câmera de ônibus não tem nenhum sigilo para a polícia. Sobre a bagagem, eles não retornaram.
João Marcello Almeida, delegado da divisão Antissequestro da Polícia Civil de Alagoas

A coluna tentou contato com a empresa de ônibus Catedral, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

A empresa confirmou à família que eles embarcaram em São Paulo. Já fazem 11 dias de isso, nenhum sinal de nada. As famílias não relatam história de violência deles. É estranha a história. Esperamos avançar em breve com essas informações de celulares e da empresa.
João Marcello Almeida

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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