Ciclista é atropelado e morre no Rio de Janeiro; motorista foge caminhando
Um ciclista morreu atropelado na manhã de hoje na avenida Lúcio Costa, no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro. A via é a mesma onde um casal de professores foi atropelado por Marcinho, ex-jogador do Botafogo, no dia 30 de dezembro.
A vítima foi identificada como Cláudio Leite da Silva, 57, que não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A Polícia Militar informou que até o momento ninguém foi preso e que a área foi isolada para perícia.
Um amigo da vítima, Eduardo Vale, contou ao UOL que o acidente ocorreu por volta de 5h. Segundo ele, testemunhas relataram que o taxista aposentado foi atropelado por um homem que bebia em um posto de gasolina, minutos antes do acidente.
"O que contaram é que esse motorista saiu em alta velocidade do posto e atropelou o Cláudio. Ele tentou sair ainda com o carro do local, não conseguiu, abandonou o veículo e fugiu caminhando", descreveu.
O carro tem placa de Barra Mansa (RJ), cidade do Sul do estado.
O motorista acusado de atropelar o ciclista é um capitão dos Bombeiros e foi preso em flagrante ao longo da manhã. O militar, identificado como capitão João Maurício Passos, foi encontrado após a PM localizar documentos dele no carro abandonado após o acidente.
De acordo com o delegado Alan Luxardo, titular da Delegacia do Recreios dos Bandeirantes, a Polícia Civil aguarda exames para poder concluir o inquérito.
"Neste caso conseguimos identificar rapidamente quem era o condutor do veículo, um capitão dos bombeiros. Juntamente com equipes dos Bombeiros, conseguimos localizar onde ele estava e conseguimos fazer o flagrante. Ele estava indo para a casa de uma amigo aqui mesmo no Recreio dos Bandeirantes", informou o delegado. "Ele foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) para fazer exame toxicológico, de alcoolemia e conforme o resultado vamos definir a tipificação do crime. De qualquer maneira, ele está preso em flagrante pela fuga do local do acidente."
De acordo ainda com o investigador, o capitão dos Bombeiros alegou que fugiu do local com medo de linchamento. Uma garrafa de uísque foi encontrada no carro. O militar tinha registro de ocorrência por outros crimes.
"Tinha agredido a mulher, têm alguns registros de crimes anteriores, você vê até que é uma pessoa com passado problemático e hoje acabou neste fato lamentável.
O capitão dos Bombeiros confirmou à polícia que esteve em um posto de gasolina na região, como relataram as testemunhas, mas informou que estava comprando apenas energético.
Em nota, o o CBMERJ (Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro) afirmou que "está à disposição das autoridades que investigam a ocorrência", e que "um procedimento interno vai apurar as circunstâncias do caso".
"É importante reforçar que a instituição não compactua com nenhum ato ilícito ou que vá de encontro com a ética, a moral e os bons costumes", diz a corporação na nota. "O Corpo de Bombeiros RJ se solidariza com a família e amigos da vítima."
Ainda segundo Eduardo Vale, o amigo da vítima, devido a um problema de saúde, Cláudio precisou retirar um dos pulmões e começou a fazer atividade física por recomendação médica. O taxista aposentado pedalava havia quatro anos. O ciclista chegava a completar 100 km de percurso por dia.
"Claudio pedalava todo dia no Recreio [dos Bandeirantes]. Ele tinha um problema de saúde e descobriu o ciclismo como paixão", disse.
Eduardo também é ciclista e disse que, em 30 anos, já perdeu cinco amigos atropelados na mesma circunstância.
Na manhã de hoje, o Centro de Operações da Prefeitura, que monitora a cidade, informou que a Avenida Lúcio Costa tinha uma faixa ocupada na altura da Rua Desembargador Oscar Tenório, devido ao acidente. Os Bombeiros e a PM foram acionados.
Caso Marcinho
O taxista aposentado foi atropelado no mesmo local onde Marcinho, ex-jogador do Botafogo, atropelou e matou um casal de professores no fim do mês passado.
Segundo uma reportagem do Fantástico, da Rede Globo, após o acidente, o jogador estacionou o carro próximo à ocorrência e foi para a casa de um amigo.
Marcinho também não prestou socorro. Uma das vítimas, o professor Alexandre Silva de Lima, morreu no local. A mulher dele, Maria Cristina, foi levada para o hospital e morreu no último dia 6. Os dois foram atropelados ao atravessar a rua.
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