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Hacker é preso no MA acusado de desviar R$ 13 milhões de banco virtual

Mufid Majnu
Imagem: Mufid Majnu

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Recife

14/01/2021 20h04

Um homem apontado como um dos líderes de uma quadrilha que desviou R$ 13 milhões ao invadir contas do banco virtual Nubank foi preso ontem pela Polícia Civil do Maranhão, em um imóvel localizado em um condomínio do bairro Calhau, em São Luís (MA). O preso estava foragido desde o ano passado quando a polícia deflagrou a operação Ostentação, que prendeu 44 pessoas ao todo, acusadas de integrarem uma quadrilha especializada em crimes cibernéticos.

Segundo a Polícia Civil, a quadrilha agiu nos municípios maranhenses de São Luís, Açailândia, Carolina, Coroatá, Governador Nunes Freire, Imperatriz, Paço do Lumiar, São José de Ribamar e São João do Paraíso, além dos estados de Goiás e do Tocantins.

O banco informou à polícia que descobriu a invasão depois que recebeu um número atípico de reportações de acessos irregulares em 918 contas dos clientes, entre outubro de 2019 e maio de 2020, sendo que 438 invasões ocorreram a partir do município de Imperatriz. Os valores desviados das contas somaram a cifra de R$ 13 milhões.

A polícia contou que o foragido fugiu de Imperatriz para a capital, no ano passado, onde foi localizado por meio de investigações realizadas pelo Departamento de Combate a Crimes Tecnológicos, vinculado à Superintendência Estadual de Investigações Criminais, e pelo Centro de Inteligência da Polícia Civil.

Foram encontrados no imóvel onde o foragido estava: R$ 15 milhões em espécie, dois notebooks, vários chips de telefonia móvel, bolsas de grife, telefone celulares, comprovantes de transferências bancárias e uma pequena quantidade de drogas.

O nome dele não foi divulgado em cumprimento a Lei de Abuso de Autoridade, que impede que agentes públicos divulguem a identificação de pessoas que ainda não foram condenadas pela Justiça.

O UOL tentou localizar a defesa do acusado de hackear as contas do Nubank, mas não conseguiu. Após realização de procedimentos em delegacia, o homem foi transferido para uma unidade do Complexo Penitenciário de Pedrinhas onde está à disposição da Justiça.

44 presos

As investigações sobre a atuação do grupo criminoso iniciaram em fevereiro do ano passado, quando foi deflagrada a 1ª fase da operação Ostentação. Nesta ação, foram presas dez pessoas, sendo nove em Imperatriz e uma em São Luís.

A polícia apreendeu R$ 63 milhões em espécie, que estavam escondidos em uma parede falsa, além de diversos aparelhos de telefonia móvel, notebooks, dispositivos de rede e materiais de informática.

A segunda fase da operação Ostentação ocorreu em dezembro do ano passado e prendeu mais 34 pessoas — sendo 29 presos no Maranhão, um em Tocantins e dois em Goiás. Ainda foram apreendidos onze veículos de luxo e houve o bloqueio de R$ 3 milhões em contas de suspeitos.