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Mãe vai à Argentina buscar garoto desaparecido; ele diz que não quer voltar

Cláudia Boudoux e o filho, Carlos Áttias Boudoux - Acervo pessoal
Cláudia Boudoux e o filho, Carlos Áttias Boudoux Imagem: Acervo pessoal

Do UOL, em São Paulo

31/01/2021 20h38Atualizada em 01/02/2021 09h14

O Domingo Espetacular, da Record, exibiu hoje uma reportagem exclusiva sobre o caso do garoto brasileiro que se apresentou à polícia da Argentina na semana passada dizendo ser uma criança brasileira desaparecida em 2015.

O programa teve acesso a trechos do depoimento do menino, hoje com 14 anos, e também entrevistou o pai e a mãe de Carlinhos, que lutam pela guarda da criança desde então.

O argentino Carlos Attias alega que Carlinhos fugiu de casa dois anos após eles chegarem a Buenos Aires, em 2017, com 11 anos, dias antes de uma decisão liminar que o faria retomar ao Brasil.

O pai mostrou à reportagem uma carta que teria sido escrita pela criança em que ele diz que não queria retornar ao Brasil por medo da mãe, alegando que ela batia nele. Ele desconfia que, desde então, a criança estaria escondida vivendo com amigos.

Já a mãe, a fisioterapeuta Cláudia Franco Boudoux, de 44 anos, que vive no Recife, alega que a tal carta não poderia ter sido escrita por uma criança e que desconfia que ela teria sido ditada pelo pai para o menino.

Curiosamente, uma semana antes de Carlinhos se apresentar à polícia, na semana passada, o pai dele tinha feito um apelo nas redes sociais pedindo para que ele aparecesse.

No depoimento, que teve trechos exibidos na Record, o adolescente de 14 anos diz que sofria violência quando vivia no Recife e não tem vontade de voltar ao Brasil. Ele ainda alegou que foi sozinho à delegacia e não quis dizer onde estava, temendo represália às pessoas que o acolheram nesse período.

Ele diz ter saído da casa do pai em 2017 com medo de ter que voltar ao Brasil após a liminar exigindo o retorno. Ele ainda falou à polícia argentina que, enquanto vivia no Brasil, a mãe não deixou que ele tivesse contato com o pai durante dois anos e meio.

Na versão de Claudia, ela diz que tinha uma relação amorosa com todos os filhos, que apenas dava palmadas, e que o pai fugiu com o garoto por represália. Eles já estavam divorciados, mas Carlos não teria aceitado o novo relacionamento dela e levou o garoto quando descobriu que ela iria se casar com o novo namorado.

Segundo um especialista ouvido pelo Domingo Espetacular, a palavra do adolescente pode pesar na decisão de repatriamento, já que ele também é cidadão argentino. Cláudia e sua filha mais nova embarcaram nesse fim de semana para a Argentina para buscar o menino, que está sob cuidados de autoridades do país.