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Rio: motoristas paralisam circulação de BRT, e transporte tem manhã caótica

1º.fev.2021 - Estação Otaviano, do BRT, amanhece fechada devido à paralisação dos funcionários no Rio de Janeiro - JORGE HELY/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
1º.fev.2021 - Estação Otaviano, do BRT, amanhece fechada devido à paralisação dos funcionários no Rio de Janeiro Imagem: JORGE HELY/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

01/02/2021 09h58

Motoristas do BRT (ônibus articulados que circulam em faixas exclusivas) interromperam a circulação do transporte público na manhã de hoje nos três corredores do sistema que atendem as zonas oeste e norte do Rio de Janeiro. Por causa da paralisação, nenhum articulado está circulando na cidade.

Os motoristas iniciaram o protesto após o consórcio propor redução salarial para os funcionários, que nem receberam ainda a segunda parcela do 13º salário. O BRT-Rio atribui a crise à queda brusca no número de passageiros por causa da pandemia de covid-19, além de outros problemas.

Com a interrupção do serviço, a cidade entrou em estágio de atenção, informou o Centro de Operações da Prefeitura do Rio.

Sem transporte, passageiros se aglomeraram em pontos de ônibus e também dentro de outros coletivos. Para alguns, a alternativa foi utilizar o serviço de ônibus executivos, cujas passagens variam de R$ 12 a R$ 17, dependendo do trajeto.

1º.fev.2021 - Ponto de ônibus em Madureira, zona Norte do Rio, fica lotado; paralisação de funcionários do BRT complicou o transporte público da capital na manhã desta segunda-feira - JORGE HELY/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO - JORGE HELY/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Ponto de ônibus em Madureira, zona Norte do Rio, fica lotado por causa da paralisação do BRT
Imagem: JORGE HELY/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

O prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (DEM), se manifestou através do Twitter. Em uma postagem, Paes fez um "apelo" aos motoristas.

Vans dobram preço da passagem

O telejornal Bom Dia Rio, da TV Globo, mostrou que as vans que compõem o transporte alternativo nas regiões aproveitaram para dobrar o valor das passagens. A cobrança passou de R$ 5 para R$ 10 em alguns casos. Nos pontos de ônibus, mototaxistas ofereciam corridas no cartão de crédito e trajetos curtos pelo preço de R$ 30.

Nas redes sociais, a Prefeitura do Rio informou que colocou em prática um plano de contingência, com apoio da Guarda Municipal e de todos os demais órgãos, para reduzir os impactos da greve e zelar pela proteção de cidadãos, bens e serviços, além de monitorar a circulação de passageiros nas estações".

Sindicato de ônibus diz que alertou para "colapso" financeiro

Em nota, o BRT informou que a paralisação ocorre porque motoristas impediram a saída dos ônibus da garagem.

"O BRT Rio informa que os serviços nos seus três corredores (Transoeste, Transcarioca e Transolímpica) foram interrompidos nesta manhã, devido à paralisação das atividades de alguns motoristas que impediram a saída dos ônibus das garagens. Embora a operação estivesse pronta para iniciar às 4h, o movimento acarretou irregularidades nos intervalos, inviabilizando a operação em todo o sistema", diz o comunicado.

Já o Rio Ônibus, Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio, lamentou "a paralisação motivada por piquetes de rodoviários nas portas das garagens" e disse que teme que o movimento se estenda para todo o setor, "que terá, infelizmente, potencial para impactar fortemente toda a população do município".

1º.fev.2021 - Ônibus fica lotado em Madureira, zona Norte do Rio; paralisação de funcionários do BRT complicou o transporte público da capital na manhã desta segunda-feira - JORGE HELY/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO - JORGE HELY/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Ônibus sai lotado de ponto em Madureira, zona Norte do Rio
Imagem: JORGE HELY/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

De acordo ainda com o comunicado, o setor de transporte por ônibus da capital fluminense alertou desde o início do ano passado para o colapso econômico-financeiro das empresas, mas "foi ignorado pelo poder público, que pouco fez ao longo de 2020 ao menos para amenizar a crise".

O sindicato destacou ainda o congelamento da tarifa há dois anos, a expansão do transporte clandestino, a concessão de gratuidades sem fonte de custeio, falta de regulação sobre os transportes por aplicativos, com algumas das razões que levaram ao colapso do sistema, além dos impactos da pandemia.

Os ônibus do Rio transportam mais de 70% da população do município.