Navio que partiu da Espanha ancora às pressas na BA após surto de covid-19

O navio pesqueiro Venturer de bandeira britânica, que saiu da cidade de Vigo, na Espanha, ancorou na Baía de Todos-os-Santos, em Salvador, após um surto de covid-19 atingir 31 dos 63 tripulantes. A embarcação precisou atracar na capital baiana às pressas, depois que alguns passageiros apresentaram sintomas graves da doença.

A testagem foi realizada pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) no dia 27 de janeiro, mas a notícia só veio a público hoje —os resultados dos testes saíram na primeira semana de fevereiro. Os tripulantes não podem sair do navio desde então.

Relacionadas

Paciente foge de hospital de campanha no Pará; família admite preocupação

Anvisa aprova regulamentação para importar vacinas pelo Covax

Após vacinação em esposa de militar, MP investiga 'fura-filas' no Acre

Procurada pelo UOL, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou que a CVPAF-BA (Coordenação de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados no Estado da Bahia) revelou que, dos sete tripulantes que foram conduzidos ao hospital, seis já receberam alta hospitalar. Apenas um permanece internado na UTI de uma unidade de saúde, devido ao agravamento do seu quadro de saúde, mas receberá alta hoje.

Em contato com a Codeba (Companhia das Docas do Estado da Bahia), autoridade portuária responsável pelo Porto de Salvador, a reportagem do UOL apurou que o navio em questão está ancorado na área de fundeio, local onde a embarcação ancora previamente para aprovação de embarque pela autoridade marítima, na região da Baía de Todos-os-Santos.

Ainda de acordo com a CVPAF-BA, a previsão é que o período de quarentena termine amanhã, desde que não haja novos casos a bordo e que os tripulantes estejam sem sintomas. O órgão estadual afirmou que aguarda informações atualizadas para avaliar a liberação da embarcação.

Por meio de nota, a CVPAF-BA informou que orienta e monitora a adoção de medidas de prevenção para evitar a disseminação completa do coronavírus entre os tripulantes. O acesso de equipes médicas e a saída para atendimento só ocorrem com a anuência da Anvisa, que vem acompanhando não só os que permanecem na embarcação, como também os que necessitam de internação hospitalar, através de relatórios médicos.

Todo o resíduo retirado da embarcação recebe tratamento de lixo hospitalar, e o abastecimento de alimentos ocorre por rede, sem acesso de pessoas.

A CVPAF-BA orientou também que a divisão dos quartos se desse entre indivíduos com o mesmo resultado de exame, por ser um barco de pequenas dimensões e cabines compartilhadas. Da mesma forma, foi determinada a utilização de máscara em todo o tempo de permanência a bordo, além do distanciamento social e das práticas de higiene.