Sem grana, artistas de circo vivem drama e ficam 'presos' no interior de SP
As restrições impostas pela pandemia fizeram com que 47 integrantes de um circo não conseguissem deixar Bauru — a 330 quilômetros de São Paulo —, onde estão instalados desde o começo do ano. Sem poder fazer apresentações, o grupo não tem dinheiro para o combustível dos veículos que transportam a estrutura.
O Circo Moscou Internacional chegou à cidade no mês passado para cumprir a primeira temporada de 2021. Eles estavam parados havia nove meses por causa da pandemia. As únicas três apresentações que fizeram na primeira semana foram com público restrito e seguindo as regras sanitárias.
Porém, no último dia 22, o governo do estado anunciou o retrocesso da cidade para a fase vermelha do Plano São Paulo. A etapa, que é a mais restritiva, permite apenas o funcionamento de serviços essenciais, como supermercados e farmácias.
"A gente veio com todo o gás, mas já tomamos um banho de água fria na estreia. Outras regiões já estão na fase laranja que permite 40% do público, mas aqui está deste jeito, fechado", desabafou ao UOL o representante do circo, Sandro Lima, 43.
Passadas três semanas sem arrecadação com a bilheteria, os artistas não sabem o que fazer e vivem cercados de incertezas. "Para comer não faltou, graças a Deus. Recebemos ajuda, mas não sabemos como vai ser na semana que vem", disse.
A situação só não está pior porque os integrantes do circo conseguiram se manter até agora com o dinheiro que arrecadaram no período em que se apresentaram na cidade de Marília, também no interior de São Paulo.
"Viajar com a nossa estrutura é caro. Só de combustível com caminhões até o próximo destino precisamos de R$ 9 mil".
O circo já tem o próximo destino programado: a cidade de Araras (SP). Entre os integrantes da produção, mágicos, malabaristas e palhaços, existem também artistas de outros países da América do Sul, como Argentina e Uruguai.
Ajuda bem-vinda
O grupo tem buscado alternativas para conseguir seguir trabalhando. Eles vão esperar mais sete dias, com a expectativa da cidade avançar de fase e os shows serem retomados. Por enquanto, contam com a solidariedade.
"Duas pessoas da cidade nos procuraram para fazer doações. Uma arrecadou cerca de R$ 1 mil com uma vaquinha e a outra está arrecadando doações com moradores do condomínio dela."
Esta é a terceira geração que passa pelo circo que existe há mais de oito décadas. Sandro Lima está na estrada há 28 anos. "Nunca vivemos nada parecido. É preocupante e muito triste".
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