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Jovem é preso em Uberlândia após publicação contra Bolsonaro no Twitter

Tuíte contra Jair Bolsonaro - Reprodução / Twitter
Tuíte contra Jair Bolsonaro Imagem: Reprodução / Twitter

Bruno Torquato

Colaboração para o UOL, em Betim (MG)

04/03/2021 22h23Atualizada em 05/03/2021 13h41

João Reginaldo da Silva Júnior, de 24 anos, foi preso em Uberlândia (MG) após uma publicação no Twitter em que citava a ida do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à cidade mineira. Na mensagem, o jovem diz: "Gente, Bolsonaro em Udia (sic) amanhã... Alguém fecha virar herói nacional?". Ele disse que foi preso ontem (3) à noite e deixou o presídio por volta das 18h de hoje.

De acordo com o Boletim de Ocorrência, guarnições da ROCCA (Rondas Ostensivas Com Cães) da Polícia Militar foram à casa do suspeito após o apoio do serviço de inteligência da PM e deram voz de prisão em flagrante, pelos supostos delitos que seriam por questões de Segurança Nacional.

Ao UOL, Silva Júnior disse que a mensagem teve teor de sátira, e não a intenção de incitar ódio. "Até porque não sou figura pública, sou pessoa anônima, com poucos seguidores, fiz de forma para ser de humor para pessoas que me seguiam. (A publicação) tomou uma proporção que eu não esperava e tiraram de contexto", afirmou. O tuíte foi apagado hoje à noite.

Ele explicou que foi à Polícia Federal dar depoimento. "Eles acharam por bem me levar para o presídio e fiquei de ontem para hoje e por volta das 18h saí do presídio."

"Precedentes perigosos"

Questionado sobre a conduta das autoridades por causa de uma postagem, Silva Júnior afirmou compreender essa decisão. "Eu entendo o porquê de a polícia me levar e averiguar as informações, até porque o Bolsonaro já sofreu um atentado contra a vida dele. Qualquer motivo que pudesse atentar novamente deveria ser investigado. Cooperei com tudo, não resisti", disse.

Entretanto, o jovem ressaltou que se assustou porque o conteúdo da postagem não tinha ameaça. "Acredito que, quando me conduziram e prestei depoimento, deveriam ter me liberado sem efetuar a prisão. Acredito que alegar segurança nacional em tuítes como o meu pode abrir precedentes perigosos contra a liberdade de expressão das pessoas", afirmou.

A reportagem procurou a Polícia Federal, que até o momento não retornou o contato.