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Piloto que ficou 36 dias em mata acha avião após queda no Pará; assista

Do UOL, em São Paulo

14/03/2021 12h10

O piloto Antônio Sena, o Toninho, que ficou 36 dias em uma mata do Pará após o avião em que estava cair voltou ao local do acidente. Sobrevoando a área, ele achou os restos da aeronave Cessna 210, queimados no acidente. O resgate de Toninho aconteceu em 6 de março, na região dos municípios de Alenquer e Almerim.

Em seu Instagram, o piloto compartilhou fotos e vídeos da visita ao local da queda e se disse emocionado.

"Que emoção voltar nesse lugar. Tantas coisas passam na cabeça. Os momentos da queda, ver a imensidão da floresta de cima, lembrar os momentos lá embaixo e ver o tamanho do desafio", postou ele. "Mas meu amor pela minha família e minha fé em Deus foram maiores e nos fizeram vencer."

avião - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Piloto encontrou os restos da aeronave na mata
Imagem: Reprodução/Instagram

Nesta semana, ele também compartilhou uma foto de uma família que o ajudou antes do resgate.

"Finalmente recebi uma das fotos que eu mais queria. Essa é a dona Maria Jorge e sua incrível família, que me receberam com o coração aberto e tanto carinho. Minha admiração por vocês só aumenta. Em breve vamos nos encontrar novamente!! Amo vcs!!", legendou ele.

Acidente

Em entrevista à agência Pará, Antônio Sena disse que a aeronave que pilotava parou de funcionar e ele precisou fazer um pouso forçado.

Pousei forçado. A aeronave parou (de funcionar). Como eu vinha voando baixo em 2 mil metros e ali tinha serra de 2 mil metros e um pouco mais, o tempo que eu tive foi de tentar reacender (o avião) e não consegui. Como eu não consegui, já fui buscando local para pouso. Fui encontrando um vale, desviando das árvores maiores até que consegui pousar em um valezinho no meio de duas serras"

Antônio fez ainda relatos mais detalhados sobre o que aconteceu na sequência. "Então ele (o avião) entrou e eu bati nos açaizeiros e ele entrou de bico no igarapé certinho. Ele está de cara no igarapé. Como é tudo muito rápido, eu só lembro de conseguir sair do cockpit e minha mochila estava jogada do lado. Peguei minha mochila, um saco de pão, algumas coisas e me afastei da aeronave, que tinha muito óleo diesel. Aí peguei uma corda e o que pude pegar que tinha na aeronave e que fosse me ajudar no meio do mato. Não demorou muito e a aeronave começou a pegar fogo. Ela está queimada. Uma parte está queimada", disse.

Sena também contou que marcou a localização da queda da aeronave pelo GPS. "Ainda fiquei uma semana lá. Eu ouvia aeronave passar um pouco longe, nenhuma muito próximo."

Sobre a sobrevivência, ele disse ao "Fantástico", da TV Globo: "As minhas prioridades sempre foram buscar água e tentar buscar alimento, seja ele qual fosse", disse Sena, que passou mais de um mês comendo ovos de aves e frutas que encontrava na floresta.