Mulher acorrentada em passarela no Rio diz que mentiu ao acusar ex-marido
A mulher de 61 anos que foi encontrada ontem acorrentada à estrutura de uma passarela na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, disse que mentiu em um primeiro depoimento, ao acusar o ex-marido de um crime. Segundo investigações da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher de Jacarepaguá), imagens do circuito de segurança do BRT geraram dúvidas sobre o caso e a vítima foi chamada para prestar novo depoimento.
"Ao assistir as imagens a suposta vítima declarou ter sido um ato de desespero. Um pedido de socorro, pois estava passando por grande crise financeira e emocional", informou a Deam.
A Delegacia acionou o Centro de Referência do município para incluir a mulher em um programa de assistência social.
O caso ocorreu ontem na passarela do Terminal Alvorada do BRT (sistema de transporte que circula em corredores exclusivos), na zona oeste da cidade. A PM foi acionada por um pedestre que passava na região.
No local, a mulher foi encontrada presa com uma corrente e um cadeado na estrutura. O Corpo de Bombeiro foi acionado e liberou a suposta vítima, que foi levada para a delegacia.
Na unidade, ela acusou o ex-marido pelo crime. Ele chegou a ser procurado pela polícia e não foi localizado. Ele era procurado por suspeita de cárcere privado por impedir a locomoção da vítima.
A delegada Gisele do Espírito Santo disse ao UOL que a mulher está em casa e que ela pode não ser responsabilizada por falsa comunicação de crime.
"O inquérito está em andamento, mas não vejo inicialmente dolo a fim de imputá-la falsa comunicação. Entendo que foi mais um pedido de ajuda do que para prejudicar alguém. Mas ainda será apurado", disse a delegada.
No primeiro depoimento prestado, além de responsabilizar o ex-marido, a mulher relatou que já havia sofrido violência doméstica por ele e que era mãe de um menino com epilepsia. Na noite anterior ao suposto crime, o rapaz teve uma forte crise, o que deixou a mulher ainda mais abalada.
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