Operação contra pirâmide que movimentou R$ 60 mi prende 2 e apreende carros
Uma operação do Ministério Público desarticulou um esquema de pirâmide financeira que movimentou cerca de R$ 60 milhões. Segundo as primeiras informações, 29 mandados de busca e apreensão e seis de prisão estão em curso nesta manhã. O golpe, que envolvia empresas de investimento, lesou 1.500 pessoas em 12 estados do país.
Em Pernambuco, nesta manhã, duas pessoas foram presas em Gravatá, na região do agreste. Em Recife, em um dos endereços dos envolvidos, os policiais apreenderam documentos bancários, pen drives, computadores, R$ 287 mil em espécie e veículos - estima-se que num valor total de R$ 600 mil.
O líder da quadrilha, segundo o MP, reside em Caruaru, também no agreste pernambucano, mas foi localizado e detido em João Pessoa (PB), onde a operação também realiza buscas e prisões.
Com ele foram encontrados automóveis de luxo das marcas Lamborghini e BMW, avaliados em R$ 5 milhões.
A operação Black Monday teve início em 2020 após denúncia de uma vítima de Pouso Alegre, em Minas Gerais, que procurou o MPMG.
Somente no Nordeste, a articulação criminosa lesou pessoas em Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Bahia e Maranhão.
O esquema, explicou o MP, estimulava as vítimas a realizar transferências bancárias para diversas pessoas jurídicas. No entanto, os valores não foram revertidos no investimento desejado.
O golpe desviou as quantias e as converteu em Bitcoins e em bens de alto valor para os líderes da organização.
A fraude recolheu os investimentos por meio dos sites "Aprenda Investindo" e "Investing Brasil", que foram direcionados para as corretoras "VLOM" e "LBLV", entre os anos de 2019 e 2020.
Segundo o promotor Frederico Magalhães, o esquema era sofisticado, complexo e totalmente digital. "Crimes dessa natureza tendem a se tornar mais comuns e, para combatê-los, é necessário que as instituições e órgãos de governo estejam irmanados em cooperação e troca de informações", disse.
Já o promotor Eduardo de Paula Machado explicou que a quadrilha aproveitou o cenário econômico difícil e, em seguida, da pandemia do novo coronavírus para ludibriar as pessoas.
"Acreditaram que as criptomoedas seriam impossíveis de rastrear, mas se engaram. Nossa operação contou com profissionais dedicados, que investigaram e rastrearam transferências de dinheiro e as aplicações em bitcoins", ressaltou.
Para desarticular o grupo, a investigação teve o apoio do Ministério da Justiça, Polícia Civil de Goiás, além dos ministérios públicos de Pernambuco, São Paulo, Paraíba, Bahia, Alagoas, Goiás, Maranhão, Rondônia, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
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