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Indígena é morta em espancamento por briga territorial em Dourados (MS)

Aldeia teve presença de polícia após crime  - Reprodução/Facebook
Aldeia teve presença de polícia após crime Imagem: Reprodução/Facebook

Daniel César

Colaboração ao UOL, em Pereira Barreto (SP)

04/04/2021 18h07

Uma indígena de 56 anos foi espancada até a morte ontem na aldeia Bororó, que fica na reserva de Dourados (MS). Uma adolescente foi apreendida como suspeita de ter participado do crime e outras duas seguem foragidas. Segundo a polícia, o homicídio teria acontecido por uma espécie de briga territorial.

O UOL apurou que Rosália Anastácia Ferreira estava em uma casa numa festa com amigos, quando o trio de adolescentes, duas de dezessete e uma de dezesseis anos, iniciou a agressão contra ela com socos, chutes e estrangulamentos. Após o crime, as três menores teriam fugido e abandonado a vítima.

Segundo a Polícia Militar, responsável por atender a ocorrência, Rosália foi socorrida com vida pelo filho, que teria tentado levá-la para casa, mas a mulher não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo. A Polícia Civil e a perícia técnica foram acionadas, e o corpo da vítima foi levado para o IML (Instituto Médico Legal), onde passará por exame necroscópico.

Testemunhas identificaram para a polícia as supostas autoras do crime e uma delas foi detida horas depois. Em depoimento, ela confirmou o crime e responsabilizou uma colega de 17 anos como mentora da morte. Segundo a menor, a adolescente teria dito para matar a mulher porque, só assim, ela assumiria a liderança de um dos grupos da aldeia.

Em depoimento, uma das lideranças indígenas explicou que Rosália exercia uma espécie de liderança informal junto aos mais jovens da aldeia e que isso pode ter motivado inveja na adolescente de 17 anos.

No entanto, segundo essa mesma liderança, não havia qualquer chance de a adolescente assumir qualquer função, formal ou informal, porque a aldeia obedece uma hierarquia formada, principalmente, por faixa etária. Nenhuma menor de idade seria capaz de ocupar um papel de conselheira de outros jovens.

A adolescente está foragida, assim como outra suspeita, de 16 ano. As buscas continuam sendo conduzidas pelas Polícias Civil e Militar.

A suspeita presa foi encaminhada para a Unei (Unidade Educacional de Internação) de Dourados e o caso está sendo acompanhado pelo Conselho Tutelar. A Polícia Civil abriu inquérito por homicídio qualificado, mas como as suspeitas são menores de idade, elas não poderão ser presas, mas ficarão apreendidas quando forem encontradas.

O corpo da indígena deverá ser liberado hoje, mas não há previsão de velório e sepultamento.