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'Não quero prejudicar o policial', diz youtuber negro após abordagem de PMs

Filipe Ferreira, youtuber negro que sofreu abordagem truculenta de PMs em Cidade Ocidental (GO) - Reprodução/TV Globo
Filipe Ferreira, youtuber negro que sofreu abordagem truculenta de PMs em Cidade Ocidental (GO) Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

30/05/2021 23h22Atualizada em 30/05/2021 23h27

O youtuber negro Filipe Ferreira, que sofreu uma abordagem truculenta de policiais militares em Cidade Ocidental (GO), disse que não quer prejudicar o agente que apontou uma arma em sua direção. Após a grande repercussão do vídeo do ocorrido nas redes sociais, ele afirmou que está com medo de sair de casa.

No momento da abordagem, Filipe estava na orla do Lago Jacob, um parque da cidade, gravando um vídeo de manobras que ele fazia com a bicicleta. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, ele disse está se "sentindo mal" e que não tem saído de casa para andar de bicicleta como costuma fazer.

Segundo a emissora, Filipe tem 28 anos e trabalha como eletricista. Apesar de questionar a forma como foi tratado, tem receio de atrapalhar a carreira do policial que agiu de forma truculenta contra ele, chegando inclusive a algemá-lo.

Não quero prejudicar o policial, não tenho intenção de prejudicar ele. Espero que ele tenha atitude daqui para a frente melhor com as pessoas que ele for abordar.
Filipe Ferreira, eletricista e youtuber

Anteontem, quando divulgou o vídeo do ocorrido, Filipe recebeu diversas manifestações de apoio nas redes sociais, com grande parte delas enxergando racismo na abordagem policial. O youtuber, entretanto, não tem certeza se foi vítima de racismo.

"Não sei se foi racismo ou se foi abuso de autoridade mesmo, ou se ele trata todas as pessoas daquela forma", afirmou.

Promotor critica arma em punho

O promotor de Justiça Alexandre Rocha, do MP-GO (Ministério Público de Goiás), que ficará responsável pela investigação do caso, disse à TV Globo que a abordagem não foi correta e criticou, principalmente, a arma apontada pelo policial na direção de Filipe.

Esse procedimento de abordagem é, obviamente, ele extrapolou o padrão, mas puxar a arma, isso teria que ser uma situação extrema, inclusive de perigo para os policiais.
Alexandre Rocha, promotor de Justiça do MP-GO

Procurada pelo UOL, a Polícia Militar de Goiás afirmou que "o fato está sendo apurado" e que "caso seja comprovado qualquer tipo de excesso, as providências legais serão tomadas".