Garis entram em greve na cidade de São Paulo e suspendem coleta de lixo
Trabalhadores do serviço de limpeza urbana na cidade de São Paulo entraram em greve na manhã de hoje e paralisaram os serviços de varrição e coleta de lixo.
A categoria organizou um protesto em frente ao prédio da Prefeitura de São Paulo para pedir que os trabalhadores do setor sejam vacinados contra a covid-19.
"A categoria que nunca parou merece vacina, respeito e reconhecimento. Sem vacina, sem coleta", disse o Siemaco-SP (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo), que publicou um vídeo em sua página no Facebook.
Prefeito diz que greve não foi informada com antecedência
Em participação no UOL Entrevista na manhã de hoje, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) confirmou a greve e disse que a categoria não informou com antecedência sua intenção de paralisar os serviços, como determina a lei.
"A gente teve confirmação hoje, às 6h, da greve desse setor que faz coleta, o que é muito preocupante, porque imagine se toda categoria fizer greve por vacina. Não houve comunicação como determina a legislação, com 72 horas de antecedência. Estamos dialogando e esperamos que o serviço seja retomado durante o dia", declarou Nunes.
O prefeito afirmou que os trabalhadores da limpeza estão no PNI (Plano Nacional de Imunização), mas ainda não foram imunizados devido à ordem de prioridade e culpou o governo federal por atrasos na entrega de vacinas.
"No começo do ano, o Bruno Covas [prefeito morto no mês passado] fez uma carta de intenção para a compra de vacinas da Pfizer, Janssen e AstraZeneca, mas não temos comprado porque esses fabricantes querem vender para o Ministério da Saúde antes de vender para São Paulo. Se amanhã tiver vacina disponível, a gente compra", disse.
Outras categorias, como metroviários, motoristas e cobradores de ônibus e caminhoneiros, puderam se vacinar após pressão e ameaças de greve.
A prefeitura confirmou que entrou com uma ação judicial para tentar impedir a greve. O principal objetivo é tentar garantir que, se não todos, haja pelo menos um contingente mínimo em operação para garantir o recolhimento do lixo e evitar empilhamento de detritos nas calçadas.
A prefeitura diz estar disposta a ouvir os trabalhadores, mas argumenta que depende não só do PNI como do governo estadual.
O UOL teve a informação de que representantes da classe tiveram uma reunião ontem com secretários do governo João Doria (PSDB) para tentar resolver a questão. A expectativa é que, tal qual os motoristas de ônibus em maio, haja conciliação.
*Colaboração de Lucas Borges Teixeira, do UOL, em São Paulo
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