Defesa de Jairinho pede absolvição à Câmara do RJ: 'Pessoa caridosa'
A defesa de Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), enviou um documento ao Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro pedindo sua abolvição no processo de cassação de mandato do vereador, acusado pelo homicídio duplamente qualificado do enteado Henry Borel, de 4 anos, e por agressão física contra uma ex-namorada, o filho dela e uma ex-enteada.
Em um relatório de 38 páginas, dividido em 11 partes, o documento ilustrado com fotos conta a trajetória de Jairinho como pai, médico e político. Na próxima segunda-feira (28), às 11h, a Comissão de Ética vai se reunir para votar o relatório que pede a cassação do vereador e, se a maioria dos membros do conselho acompanhar o relator, o caso vai a plenário na próxima quarta-feira (30) para decisão dos demais vereadores.
A defesa de Jairinho iniciou a argumentação a favor do vereador com a frase "Pensar é difícil. Por isso algumas pessoas preferem julgar". O documento tenta mostrar um lado amoroso do acusado, que é descrito como: "um pai carinhoso, presente, amado pelos filhos e por todos os membros da família, quiçá por Henry. Pessoa caridosa e carismática, que conquistou uma legião de amigos na câmara dos vereadores".
A equipe de advogados ainda recorreu a Carl Jung, fundador da psicologia analítica, para sua tese de defesa entregue hoje ao Conselho de Ética da Câmara Municipal.
Jairinho e Monique Medeiros, mãe de Henry, estão presos desde o dia 8 de abril, acusados pela morte do menino.
O advogado de Jairinho alega que não há base legal para o pedido de cassação, pois ainda não houve condenação judicial e o caso não transitou em julgado. Ele reclama também de um suposto cerceamento de defesa, algo negado pelos responsáveis por tramitar a cassação.
"É preciso lembrar que o processo de cassação movido pelo conselho de ética é independente do processo judicial. Os poderes são distintos. O conselho de ética garantiu sim a ampla defesa ao vereador Dr. Jairinho. O relatório foi embasado no inquérito policial, nos depoimentos das testemunhas e nas provas técnicas", respondeu o relator do processo, Luiz Ramos Filho (PMN).
Para ser levado à votação em plenário, é necessária aprovação da maioria absoluta dos sete integrantes do Conselho de Ética. A perda de mandato é deliberada em sessão aberta no Plenário, com direito a fala dos parlamentares e da defesa. A cassação é decidida por dois terços dos vereadores, ou seja, 34 votos.
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