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Bombeiros resgatam filhote de baleia-jubarte preso em rede de pesca em SC

Caio Santana

Do UOL, em São Paulo

01/07/2021 21h59Atualizada em 02/07/2021 09h30

Na manhã de hoje um filhote de baleia-jubarte ficou preso em uma rede de pesca e foi resgatado por uma equipe do CBM-SC (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina), há cerca de 600 metros da praia central de Barra Velha, no norte catarinense.

O chamado para a guarnição dos Bombeiros foi feito por volta das 8 horas da manhã por pescadores. O animal estava com uma corda da rede de pesca presa a boca, informou a assessoria do CBM.

"O animal estava muito agitado mas, após cerca de uma hora, conseguiram cortar a corda que estava mais próxima a sua boca", disse a assessoria em nota enviada ao UOL.

O resgate

Após serem acionados, o subtenente Evandro Rodrigues e o soldado Lucas Costa seguiram até o local do incidente em uma moto aquática, onde constataram o enroscamento do filhote na rede, que estava em local irregular.

Com base em fotos e vídeos, técnicos da Univali (Universidade do Vale do Itajaí) que fazem parte do PMP (Projeto de Monitoramento de Praias) identificaram o animal como sendo uma baleia-jubarte juvenil de cerca de 10 metros, que pode chegar a até 15 toneladas.

Os técnicos detalharam para o subtenente Evandro que Santa Catarina é responsável por 28% de ocorrências de baleias presas ou emalhadas no Brasil. "Só nesse ano foram 12 casos na costa de SC", disse ele em entrevista para o UOL.

Emalhamento corresponde ao incidente em que o animal marítimo fica envolto pelas malhas das redes de pesca.

Riscos

"Aqui em Barra Velha (SC) já temos uma incidência bem grande de baleias presas e mortas. Teve um ano que apareceram duas baleias mortas e um encalhe de baleia", relatou Evandro.

A operação para liberar o filhote foi considerada de risco devido ao peso e ao tamanho do animal, que em um movimento poderia causar ferimentos ao mergulhador, e à chance de o resgatista também ficar emalhado na rede e se afogar.

A rede em que a jovem baleia-jubarte ficou emalhada tinha quase 150 metros. Evandro e Lucas puxaram o instrumento de pesca e perceberam que o animal rasgou cerca de 40 metros dela com a boca.

"Ela estava com a boca cheia de resíduo. [...] O cabo fica submerso e estava prendendo ela. Conseguimos pegar o cabo da boca dela [...], ela submergiu e foi embora".

Segundo Evandro, os biólogos da Univali disseram que não seria estranho o animal aparecer novamente na localidade ou surgir morto posteriormente.

Baleia - Wild Horizons/Universal Images Group via Getty Images - Wild Horizons/Universal Images Group via Getty Images
2007- Baleia-jubarte cara a cara com um observador de baleias que faz mergulho (mergulhador)
Imagem: Wild Horizons/Universal Images Group via Getty Images

Destino das jubartes

A partir de maio as jubartes costumam migrar das águas frias da Antártica rumo ao Banco dos Abrolhos, no sul da Bahia, local favorável ao acasalamento e com ampla disponibilidade de alimentos.

O corredor migratório passa pelos litorais das regiões sul e sudeste, o que justifica o aparecimento mais frequente desses animais nas praias.

Ao encontrar animais marinhos debilitados ou mortos nas praias, a população deve entrar em contato com órgãos ambientais.

De Ubatuba (SP) até Laguna (SC) o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos possui responsabilidade técnica da Univali. Nesse trecho, o telefone disponível para apontar aparição deles é o 0800 642 3341.