Marielle: MP-RJ confirma chefe da investigação e anuncia mais 7 promotores
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) anunciou hoje que oito novos promotores irão compor a força-tarefa que investiga o duplo assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. O crime aconteceu em 14 de março de 2018 e ainda não há informações sobre o mandante.
Desde a saída das promotoras Simone Sibilio e Letícia Emile, no dia 10 de julho, as investigações estavam temporariamente a cargo de Bruno Gangoni, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Agora, Gangoni foi confirmado como responsável fixo pelas investigações e outros 7 promotores passam a auxiliá-lo: Carlos Eugênio Laureano, Diogo Erthal, Fabiano Cossermelli, Juliana Pompeu, Marcelo Winter, Michel Queiroz Zoucas e Roberta Laplace. Todos já eram integrantes do Gaeco.
Em nota publicada no site, o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, afirma que "a instituição está empenhada na elucidação do caso, (...) que é uma das prioridades absolutas" do MP-RJ.
A força-tarefa foi criada em março deste ano, mas Sibilio e Emile eram responsáveis pelo caso desde o início, já que Sibilio era a coordenadora do Gaeco na época dos assassinatos até janeiro deste ano.
Após três anos e quatro meses de trabalho, a dupla ouviu mais de 200 pessoas e colheu inúmeras informações e denunciaram o Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz como executores do crime. Eles vão ao Tribunal do Júri, em data ainda a ser definida.
À família, as antigas promotoras "interferências externas" como justificativa para o abandono do caso, sem explicitar quem estaria interferindo. Oficialmente, o MP-RJ não comenta os motivos da saída, mas sempre afirmou que as investigações não seriam prejudicadas.
Prejuízo às investigações e trocas constantes
Com a chegada de novos promotores, o caso já mudou de mãos ao menos quatro vezes, considerando os núcleos policial e da promotoria.
Na última semana, especialistas ouvidos pelo UOL analisaram eventual prejuízo à apuração e mais atraso para a elucidação dos assassinatos. Para os analistas, as trocas podem fazer parte da rotina das instituições, mas eles defendem a estabilidade dos postos por se tratar de um caso sensível.
"É como uma rede de abastecimento de água: a cada vez que você tem que emendar um novo cano, você aumenta a possibilidade de um vazamento", avalia Ricardo Prado, ex-promotor e procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo.
Os vazamentos, neste caso, seriam eventuais perdas de elementos fundamentais para o avanço das investigações.
Cada vez que há uma troca, há um tempo para que as autoridades fiquem a par de tudo. Essa jamais deveria estar trocando de mãos. Certamente o que já esta demorando mais do que deveria, vai levar ainda mais tempo."
Luciana Boiteux, professora de Direito Penal e Criminologia da UFRJ.
As trocas constantes na polícia também são consideradas prejudiciais. A condução do caso na Polícia Civil é de responsabilidade do titular da DH (Delegacia de Homicídios) da Capital.
O último delegado titular da unidade, Moyses Santana, foi substituído três dias antes de as promotoras deixarem o caso. Agora, Henrique Damasceno comanda as investigações —atribuição que já foi de Giniton Lages e Daniel Rosa.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.