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Jornal: Documentos na casa de Ronnie Lessa ligam PM ao ex-vereador Girão

Cristiano Girão foi preso na última sexta-feira em São Paulo - Reprodução/Globonews
Cristiano Girão foi preso na última sexta-feira em São Paulo Imagem: Reprodução/Globonews

Do UOL, em São Paulo

02/08/2021 08h49

Documentos encontrados na casa do policial reformado Ronnie Lessa, acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e o motorista Anderson Gomes, em 2018, fizeram com que ele se tornasse suspeito de outras duas mortes: a do ex-policial André Henrique da Silva Souza, conhecido como Zóio, e de sua esposa, Juliana Sales de Oliveira, em 2014.

Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo, durante a prisão de Lessa, em 2019, em razão do caso Marielle, foram apreendidos na casa dele papéis com anotações que o ligam à morte de Zóio e o vinculam ao ex-vereador Cristiano Girão Matias, preso na última sexta-feira (30).

Girão foi preso preventivamente numa operação da Polícia Civil do Rio que investiga o envolvimento dele na morte do miliciano Zóio e da esposa dele. Os policiais também cumpriram mandado de prisão contra Lessa, que já está preso em razão dos assassinatos de Marielle e Anderson.

Em dois dos três documentos na casa de Lessa, estava escrito "Girão". Num deles, o nome do vereador aparecia abreviado como "C.G.Matias" e tinha endereços e telefones. Segundo o jornal, citando investigações da FTMA (Força-Tarefa do Caso Marielle e Anderson), do Ministério Público do Rio, e da DHC (Delegacia de Homicídios da Capital), os dados seriam referentes às quitinetes alugadas por Girão.

Em outro pedaço de papel, segundo o jornal, o nome "Girão" está escrito duas vezes, com os números de telefones do ex-vereador ao lado. Num documento havia o nome Zóio e de outros cúmplices do ex-PM morto. Para a FTMA, os documentos são evidências da ligação de Girão com Lessa. As autoridades concluíram que Lessa teria sido contratado pelo ex-vereador para executar Zóio, seu rival. A motivação seria a disputa pelo controle de uma milícia na região da comunidade da Gardênia Azul, na zona oeste do Rio.

Com a quebra do sigilo telemático de Lessa, as autoridades verificaram que ele pesquisou, em 2018, uma reportagem sobre a execução de Zóio e da companheira dele. Uma testemunha ouvida, cujo nome é mantido em sigilo por segurança, contou à polícia que viu Lessa "caminhando com uma arma de fogo na mão", um fuzil, e disparando contra eles.

A reportagem tenta localizar a defesa dos citados. O espaço está aberto para manifestação.