Justiça nega liberdade a ativista preso por fogo em estátua do Borba Gato
O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) negou hoje o pedido de habeas corpus do entregador de aplicativo e ativista Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Galo, que admitiu ter participado do incêndio à estátua de Borba Gato na zona sul da capital paulista. A defesa diz que irá tentar recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).
A decisão é do desembargador Walter da Silva, da 14ª Câmara do TJ-SP. Na última sexta-feira (30), a juíza de primeira instância Gabriela Marques da Silva Bertoli havia prorrogado a prisão cautelar de Galo, que está detido desde quarta (28).
A defesa do ativista protestou contra a decisão. "Entendemos que a decisão é arbitrária e ilegal, uma vez que não estão preenchidos os requisitos da prisão temporária e Galo está contribuindo com as investigações", diz nota enviada à imprensa.
"O desembargador ainda utiliza como fundamentação o fato de Galo fazer parte do movimento 'Motoboys Antifascistas', demonstrando o caráter político da decisão. Qualquer tentativa de criminalização dos movimentos sociais é uma afronta à democracia e à Constituição", afirma o texto.
Galo e sua companheira, Géssica de Paula Silva, se apresentaram voluntariamente à polícia na última quarta. Os dois prestaram depoimento e ficaram presos, mas enquanto ele confessou ter participado da ação, Géssica afirmou que estava em casa na hora do protesto.
Ela foi libertada dois dias depois, após o rastreamento de seu aparelho telefônico ter comprovado que ela não participou da manifestação. Galo e Danilo Silva de Oliveira, outro suspeito da ação, também confirmaram que ela não teve participação.
Borba Gato
Inaugurada nos anos 1960 a estátua de Borba Gato gera polêmicas desde que foi instalada na Praça Augusto Tortorelo de Araújo, no bairro de Santo Amaro. O monumento homenageia Borba Gato, do grupo de bandeirantes paulistas que exploraram territórios no interior do país, escravizando indígenas e negros entre os séculos 16 e 17, segundo obras como "Vida e Morte do Bandeirante", de Alcântara Machado, de 1929.
Em 2016, a estátua foi atacada com um banho de tinta. No ano passado, o debate ganhou força nas redes sociais brasileiras pelo histórico do bandeirante.
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