Falsa médica tem prisão mantida após flagrante em hospital no RJ
A estudante de odontologia Nathiely da Silva do Nascimento, de 20 anos, suspeita de se passar como médica no Hospital Municipal Miguel Couto, na zona sul do Rio de Janeiro, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva no sábado (21), após audiência de custódia.
A defesa pedia liberdade provisória para a mulher alegando que o crachá do hospital e o uso de jaleco e estetoscópio, observados durante a prisão na quinta-feira (19), não seriam suficientes para configurar flagrante, pois ela não estaria usando os itens nos leitos, e sim guardados em sua bolsa ou no espaço da cantina da unidade de saúde.
Mas apesar dos argumentos, que mencionaram ainda o fato de Nathiely ser ré primária, ter residência fixa e não ser suspeita de crime com grave ameaça, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) aceitou os argumentos do Ministério Público, que pediu a prisão preventiva da estudante.
Entre os argumentos do MP está a "necessidade da garantia da ordem pública", já que, segundo uma médica do Hospital Miguel Couto, a unidade recebeu denúncias de que a suspeita estaria atuando dentro do local desde 15 de junho e que, portanto, a presença dela não seria um fato isolado.
Além disso, ela teria apresentado uma documentação falsa, atestando que estudava medicina na faculdade Souza Marques, fato negado pela instituição, e alterando a data de nascimento no crachá que carregava.
"Além disso, a indiciada ostentaria em suas redes sociais fotos como se fosse médica, receitas médicas e carimbos. Sendo assim, tendo em vista os fatos relatados, que indicariam uma probabilidade de reiteração delitiva da indiciada, entende o Ministério Público que as medidas cautelares diversas da prisão seriam insuficientes no presente caso", detalha o documento da audiência de custódia.
O juiz Antonio Luiz da Fonsêca Lucchese destacou que, ao ser abordada pela diretora do hospital, que recebeu a denúncia da falsificação, Nathiely teria apresentado uma carteira de estudante de medicina, o que já caracterizaria o flagrante pela falsificação de documentos.
Ele ainda converteu a prisão em flagrante em preventiva afirmando que "a prisão se mostra necessária e proporcional, data vênia do entendimento defensivo, devendo ser destacado que os fatos imputados à custodiada são tipificados como crimes graves".
"Com efeito, as denúncias inclusive se encontravam lastradas em prints da suposta médica nas redes sociais. (...) Todos esses fatos revelam a gravidade em concreto do ocorrido para justificar a prisão da indiciada, ainda mais porque se destacam indicativos de reiteração da prática delitiva quando os informes recebidos pela Diretoria Geral do Miguel Couto datariam de junho de 2021", continuou a autoridade, negando a liberdade provisória da investigada.
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