Araçatuba: em vídeo, jovem toca bombas antes de ser atingido por explosão

Um vídeo de uma câmera de segurança mostra o marceneiro Clayton Soares Teixeira, de 25 anos, momentos antes de ser atingido pela explosão de um artefato deixado por bandidos após o ataque a bancos ocorrido em Araçatuba (SP) na madrugada de segunda-feira (30). O jovem teve os dois pés amputados.

O vídeo mostra Teixeira, de bicicleta, mexendo em duas bombas deixadas pela quadrilha. Em determinado momento, ele vai até a calçada, em frente a uma loja, agacha e mexe em um artefato. Em seguida, o rapaz sobe na bicicleta e vai até o meio da rua, onde mexe em outra bomba. Segundos depois, ele deixa o local e segue para outra rua da área central da cidade.

O momento em que uma das bombas explode e atinge Clayton não é flagrado pelas câmeras. A polícia acredita que um aparelho semelhante a um celular que estava acoplado nos artefatos tenha chamado a atenção do marceneiro. Ainda segundo a corporação, os artefatos deixados pelos bandidos possuem algum tipo de sensor para serem ativados.

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Ao todo, 98 artefatos, totalizando 200 quilos de explosivos, foram deixados pela quadrilha espalhados pela cidade, segundo a Polícia Federal. Todos os equipamentos foram recolhidos pelo Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) e destruídos no aterro sanitário da cidade.

No ataque às agências bancárias, dois moradores e um suspeito morreram. Cinco pessoas ficaram feridas. Três delas, incluindo Clayton, seguem internadas na Santa Casa. Segundo o hospital, o estado de saúde do jovem é estável e ele se recupera no quarto.

Nova vida

Na terça (31), Kleber Alderis Soares Teixeira, 30, irmão de Clayton, contou ao UOL que o jovem estava na casa dos tios quando aconteceu o ataque às três agências bancárias. O jovem esperou a gangue sair da cidade e decidiu voltar de bicicleta para sua casa, onde mora com a mãe.

No trajeto, foi atingido pela explosão da bomba, que estava na calçada em frente a uma loja de sapatos.

Devido à gravidade dos ferimentos, Clayton precisou passar por cirurgia para correção dos dedos da mão e teve os dois pés amputados.

Para ajudar nos custos da nova vida e na compra de equipamentos como cadeira de rodas e, futuramente, próteses, a família do marceneiro criou uma vaquinha virtual com o objetivo de arrecadar R$ 15 mil. Até a publicação da reportagem, a campanha havia arrecadado pouco mais de R$ 39 mil.