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'Se der ruim, sabe onde estou': Homem diz que vai à Gardênia e some no RJ

Homem sumiu após deixar recado: "se der ruim, sabe onde estou" - Arquivo Pessoal
Homem sumiu após deixar recado: 'se der ruim, sabe onde estou' Imagem: Arquivo Pessoal

Daniele Dutra

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

16/09/2021 11h12Atualizada em 17/09/2021 12h06

Um comerciante de 32 anos está desaparecido desde domingo (12), após avisar que iria a um bar na Gardênia Azul, bairro da zona oeste do Rio, na companhia de um conhecido. O último contato de Thomas de Souza Barros Lima com a família foi por uma mensagem de WhatsApp enviada à esposa, no meio da madrugada, que a deixou em alerta: "Se der ruim, sabe onde estou". A polícia trabalha com a hipótese de que ele esteja morto.

Segundo testemunhas, o comerciante se envolveu em uma briga e foi arrastado para um baile dentro da comunidade, localizada como Campo do Favelão, na Gardênia. Durante o dia, o carro do comerciante foi encontrado em uma região próxima, queimado e vazio.

A família diz que ele caiu em uma emboscada e foi executado. Eles desconfiam da participação de milicianos da área. O caso está sendo investigado pela DDPA (Delegacia de Descoberta de Paradeiros). "A linha investigativa da polícia é de homicídio e ocultação de cadáver. Nós acreditamos que isso possa ter relação com a milícia da região", disse ao UOL a delegada Elen Souto.

Mensagem com alerta

"Amor, tô na Gardênia. Se der ruim, sabe onde estou", diz a mensagem de Thomas para a esposa na madrugada de domingo, às 3h20. Quase uma hora depois, às 4h16 ele escreveu "Gardênia". Esse foi o último contato feito por Thomas e depois disso, as informações que chegaram à família foi de que ele teria sido executado.

carro - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Thomas de Souza é morador da comunidade de Rio das Pedras e dono de um bar no Pechincha, bairro da zona oeste da cidade. À 1h30, ele fechou o estabelecimento e decidiu sair para beber, acompanhado de Jefferson Lima, mais conhecido como DJ. Os dois foram a uma boate ao lado do bar, depois decidiram ir para outro estabelecimento na Gardênia, bairro vizinho, de acordo com a família.

Os relatos que chegaram à família informam que, após a briga registrada no local, o comerciante teria tentado negociar, mas acabou sendo morto a tiros, próximo a um campo.

"Quando ele mandou outra mensagem com a palavra Gardênia, a gente acredita que ele estava pedindo algum tipo de ajuda, mas a esposa dele estava dormindo em casa, com o filho, e só viu a mensagem depois das 7h", disse Thainá de Souza, irmã de Thomás.

Ela ficou preocupada, alertou a gente por volta das 10h. Ele não tinha aparecido, o que era estranho, porque ele não era disso. Começamos a procurar, os amigos começaram a procurar, fomos na Gardênia, ninguém queria falar nada, até que recebemos a informação que 'pegaram o cara do Ford Fusion Branco'".

Horas depois, o carro foi encontrado queimado na avenida Ayrton Senna, Barra da Tijuca, zona oeste, mas sem qualquer vestígio de corpo.

O carro está sendo periciado e no local indicado do crime, os agentes encontraram vestígios de sangue. Uma das possibilidades é que o corpo de Thomas tenha sido jogado em um mangue próximo à região, mas até agora não há sinais que comprovem isso.

Amigo está desaparecido

O homem que estava com Thomas foi visto comprando gasolina na manhã de domingo. Desde então a família tenta contato com Jefferson para saber o que aconteceu, mas não o encontra, afirma Thainá.

Que o meu irmão foi executado, isso nós já sabemos, não nos resta dúvida. Porém, a nossa família só quer o corpo e entender o motivo disso tudo, já que ele era um menino de bem, trabalhador. Ele tinha a família dele, os filhos que ele era apaixonado, as crianças só choram, estão desesperadas. Meu sobrinho de 9 anos pergunta se vai poder pelo menos enterrar o pai, se despedir, pergunta pelo corpo e a gente não sabe o que falar. Nós não sabemos o que aconteceu, o que levou a isso"

Thomas era casado, pai de uma menina de 2 anos e de um menino de 9. Segundo a família, ele era morador de Rio das Pedras há muitos anos, sempre frequentou a Gardênia e não tinha problemas no local.