Operação de emergência transporta 200 jacarés de áreas de risco no Pantanal
Em uma operação emergencial que deve durar três dias, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis) removeu 200 jacarés para outras áreas com mais condições de sobrevivência. O Pantanal matogrossense, área onde vivem, passa pela pior seca dos últimos 60 anos, além de queimadas.
Com pouca água, os animais estão ilhados, desidratados e desnutridos. A ação inédita pretende evitar a morte desses animais. O cenário é dramático, disseram os especialistas do órgão, ao El País.
Os jacarés são resistentes a esse período mais crítico do bioma, mas as condições climáticas deste ano são mais intensas. A área também sofre, nos últimos dois meses, com os maiores incêndios da história, de acordo com o dados do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), que apontou 15% do Pantanal foi consumido, uma área equivalente a 2,2 milhões de hectares, ou o território de Israel.
Com esse agravante, os jacarés não conseguiram se alimentar o bastante para o período de brumação, técnica de sobrevivência que consiste na diminuição do metabolismo para aguentar mais tempo em temperaturas extremas.
Ainda de acordo com o El País, os jacarés foram levados em vans climatizadas do Instituto para uma área distante a 30 quilômetros para encontrar um ambiente propício para sua alimentação. O Ibama tem monitorado diariamente a quantidade de água nos locais.
De fevereiro a maio, o Pantanal norte tem períodos de inundações ao longo da Transpanteneira, que conta com 120 pontes, várias delas ainda de madeira. Os rios formados pela inundação passam por baixo delas e são chamados de corixos. Sem a chuva necessária o Pantanal não alagou este ano e no ano passado, o que fez com que praticamente todos estes rios secassem.
Técnicos do Ibama afirmam que a seca vai perdurar pelos próximos dois ou três anos. O desmatamento, a supressão de água do lençol freático e as queimadas reduziram o alimento que eles precisam.
Corrida contra o tempo
Para garantir a sobrevivência desses animais nas condições atuais do bioma, diversas ONGs atuam na área. Algumas usam caminhões-pipas para encher os corixos. "Todos os dias chegamos aqui e há cinco, seis deles mortos com características de desnutrição e desidratação", afirmou a médica veterinária Carla Sássi, que compõe o Grad (Grupo de Resgate de Animais em Desastres), ao El País.
O GRAD mapeou as áreas e identificou condições impróprias para a sobrevivência dos jacarés. O grupo é formado por 11 profissionais voluntários com o objetivo de promover ajuda humanitária a animais em circunstâncias de vulnerabilidade, e está atuando junto ao Ibama na realização dos jacarés. Eles se dividem entre captura e atendimento primário aos animais. Junto a eles estão as organizações Brigada Norte SOS Pantanal e Ecotrópica.
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