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Juíza de Caso Henry interrompe briga em audiência: 'Aqui não é CPI'

Igor Mello e Lola Ferreira

Do UOL, no Rio

06/10/2021 11h09

Uma discussão ríspida entre o representante do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e a defesa de Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, interrompeu o primeiro depoimento na audiência do processo que apura a morte da criança de 4 anos.

A Justiça do Rio de Janeiro iniciou hoje (6) a oitiva de testemunhas do Caso Henry. Monique e o ex-vereador Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho (sem partido), são réus por homicídio triplamente qualificado. Preso em Bangu 8, ele acompanha a sessão por vídeoconferência, enquanto Monique compareceu presencialmente à audiência.

6.out.2021 - Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, em audiência no Tribunal de Justiça do Rio - JOAO GABRIEL ALVES/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO - JOAO GABRIEL ALVES/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO
6.out.2021 - Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, em audiência no Tribunal de Justiça do Rio
Imagem: JOAO GABRIEL ALVES/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

A discussão ocorreu entre o promotor Fábio Vieira dos Santos e o advogado Thiago Minagé, que defende Monique. Vieira conduzia o interrogatório do delegado Henrique Damasceno, responsável pelas investigações do caso na 16ª DP (Barra da Tijuca), quando Minagé interrompeu para tentar impugnar uma pergunta.

Irritado, o promotor levantou a voz e gritou: "O senhor respeite a sua profissão e este juízo".

O advogado retrucou: "Nem estou vendo o senhor". O representante do MP-RJ então rebateu: "Se o senhor é cego, é problema do senhor."

A juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal do Rio, também levantou a voz tentando encerrar a discussão. Ela fez referência aos tumultos frequentes ocorridos durante os depoimentos da CPI da Covid no Senado.

"Aqui não é CPI, aqui a gente está para ouvir a testemunha", repreendeu. Como os ânimos permaneceram exaltados, ela voltou a advertir o promotor e o advogado. "Eu não tenho nada a ver com isso, com as briguinhas de vocês. Isso aqui não vai virar circo nem debate", disse a juíza.

Jairinho fez 'piada absurda', diz delegado

Em seu depoimento, Damasceno foi perguntado sobre a conduta de Monique e de Dr. Jairinho. Ele destacou que, em nenhum momento, os dois demonstraram sofrimento com a perda da criança.

"Soube através dos policiais que, enquanto Monique estava prestando depoimento, Jairinho fez uma piada absurda. Dizendo: 'Minha mulher está dentro de uma sala com três homens', tentando ser engraçado", relatou Damasceno.

Em outro momento, o delegado confirmou que Monique tirou uma selfie com Jairinho na delegacia no dia em que ambos prestaram depoimento.

Foram convocadas 12 testemunhas da acusação, de acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Entre elas, além dos pais e padrasto de Jairinho, estão Ana Carolina Ferreira Netto, ex-mulher de Jairinho, e Thayná de Oliveira Ferreira, babá do menino.

A juíza Elizabeth Machado Louro determinou que as testemunhas de defesa sejam ouvidas em outra data. A lista ainda não foi divulgada.