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Agente da PF agride menino de 13 anos com chineladas no rosto, em Brasília

Nathalia Zôrzo

Colaboração para o UOL em Brasília

07/10/2021 19h21

Um agente da Polícia Federal foi gravado por câmeras de segurança agredindo um adolescente de 13 anos com chineladas no rosto, em um condomínio no Guará II, em Brasília. A ação teria sido motivada por uma brincadeira entre as crianças do residencial, envolvendo a filha dele — que teve o chinelo escondido por um dos garotos.

O homem foi identificado como Daniel Peruzzo Jardim, de 44 anos. Ele não é morador do edifício em que as agressões foram verificadas, por isso, a ex-mulher dele pode ser multada pela administração, uma vez que autorizou sua entrada no local. As imagens foram gravadas na garagem do condomínio, no último dia 26 de setembro, e divulgadas nesta semana após o caso ser registrado na 4ª Delegacia de Polícia do DF.

Segundo o advogado da família do adolescente, Júlio César da Silva Pereira, após reclamação da filha, o homem encontrou os chinelos perto do garoto e, supondo que ele os teria escondido, o agrediu. "Ele puxou a criança pelo braço por 50 metros, deu chineladas no rosto dele até tirar sangue e ainda o chamou de 'ladrãozinho'", afirma.

A mãe da vítima recebeu uma ligação dele enquanto trabalhava, voltou para casa de carona com um colega e encontrou Daniel no salão de festas do prédio. A médica e o amigo, então, teriam sido ameaçados. "Ele achou que o colega dela era o pai do menino e partiu para cima dele. Quando o amigo disse que não era pai do garoto, Daniel falou: 'você acabou de se livrar de levar uma taca'", conta o advogado, acrescentando que, diante do alerta de que a mulher chamaria a polícia, o agressor teria dito que "bateria na polícia e nela".

O Residencial Sports Club, onde ocorreram as agressões, afirmou que está analisando a situação e que, como Daniel não mora no imóvel, pode multar a ex-mulher pelo comportamento do visitante, já que ela seria responsável por seus atos no ambiente do edifício. A assessoria jurídica do condomínio afirmou estar colaborando com as investigações e ter fornecido as imagens às autoridades públicas, mas diz não poder se responsabilizar por atos de terceiros.

O caso foi registrado junto à Polícia Civil como lesão corporal, injúria e ameaça e já está no Juizado Especial, que determinou a Daniel Peruzzo uma distância de 500 metros da criança agredida e da mãe por 90 dias. A família alega querer se mudar do prédio por medo e que o adolescente está sendo acompanhado por um psiquiatra desde o incidente. Ela também pretende entrar com ação na vara criminal, pedir indenização por danos morais e solicitar à Polícia Federal que o porte de arma do servidor seja suspenso enquanto ele estiver respondendo na Justiça.

Procurada, a Polícia Federal negou que Peruzzo seja policial, informou que ele é agente administrativo da instituição e negou um posicionamento sobre o caso, uma vez que o fato ocorrido não tem relação com o cargo que o profissional ocupa.

O UOL tentou contato telefônico, via redes sociais e por mensagem de texto com Daniel Peruzzo, ao longo da tarde e início da noite de hoje, mas, até o momento, não teve resposta. O espaço segue aberto para atualização tão logo obtenhamos retorno ou esclarecimentos.