Avó de Henry ouve pregação, e pai passa mal: os bastidores da 1ª audiência
A plateia da primeira audiência do Caso Henry Borel refletiu ontem o clima de nervosismo e emoção que tomou a sessão. A mãe da criança, Monique Medeiros, e o ex-vereador do Rio Dr. Jairinho respondem por homicídio triplamente qualificado.
Com uma camiseta com a foto do menino e os dizeres "Monique é inocente" e "exigimos justiça por Henry", a avó materna de Henry, Rosângela Medeiros, deixou diversas vezes a sala de audiência com fones de ouvido para escutar em seu celular uma pregação religiosa no YouTube.
"Eu estou bem, não estou passando mal, mas é que lá dentro é tudo tão pesado né?", disse a mãe de Monique no corredor, voltando ao sermão digital.
Enquanto isso, uma prima de Monique assistia aos depoimentos com um terço enrolado na mão.
Testemunhas e advogados acompanharam a audiência mais próximos ao plenário, no andar de baixo, enquanto parentes, amigos e jornalistas foram acomodados no segundo andar.
Na primeira fileira da plateia, dez pessoas da família de Leniel comemoravam a cada negativa que a juíza dava para a defesa de Monique.
"Isso aí, boa!", "Gostei dessa juíza, ela é boa", "Ah claro, Monique era ótima mãe, tanto que aconteceu o que aconteceu" foram alguns dos comentários feitos pela família.
Calmante para pai de Henry e choro de advogados
Logo no início da sessão, Leniel Borel, pai de Henry, caiu aos prantos e passou mal enquanto a juíza lia na denúncia as lesões sofridas pelo menino.
Ela interrompeu a leitura, perguntou se ele queria um copo d'água e uma pessoa levou a ele um Rivotril, medicamento calmante.
Às 18h, mais calmo e concentrado, o pai de Henry falou ao Juízo. Após 1h30 de depoimento, Leniel contou sobre o último final de semana com o filho e citou um vídeo deixado pelo menino.
Henry cantou uma música católica e o pai reproduziu no plenário: "Mãezinha do céu, eu não sei rezar, eu só sei dizer: Eu quero te amar".
Após cantar o trecho muito emocionado, o clima do plenário foi de comoção. No canto direito, os advogados de Leniel começaram a chorar.
Do outro lado da sala, Monique também estava aos prantos, no ombro do advogado. Thiago Minagé, que defende a mãe de Henry, também se emocionou. Ao final do depoimento, o defensor de Monique deu um abraço e prestou solidariedade a Leniel.
Monique toma notas e Jairinho com imagem preservada
Durante a audiência que ouviu testemunhas de acusação, Monique permaneceu atenta a todos os depoimentos.
De moletom branco, sobrancelhas feitas e cabelo preso com uma trança, a mãe de Henry tomava nota de tudo o que acontecia. Ela falava ao ouvido dos dois advogados, pegava os processos e passava as páginas para auxiliá-los.
Jairinho não compareceu presencialmente à audiência —ele assistiu aos depoimentos do Complexo Penitenciário de Gericinó.
De blusa social branca e aparentemente tranquilo, ele entrava com dois advogados por videoconferência por meio de uma TV de 40 polegadas.
Diferentemente de Monique, Jairinho teve a imagem preservada —só quem estava no andar de baixo, mais perto do plenário, conseguia vê-lo.
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