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Menina esmagada por muro do metrô tem alta da UTI; 'Quase morreu', diz mãe

Muro do metrô caiu sobre menina de 8 anos - Jonatas Bruno
Muro do metrô caiu sobre menina de 8 anos Imagem: Jonatas Bruno

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

25/10/2021 14h49Atualizada em 26/10/2021 08h40

A menina de oito anos que foi esmagada por uma placa de concreto que compõe o muro do metrô de Recife, recebeu alta da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital da Restauração, localizado no bairro do Derby, área central da capital, e foi transferida para um leito de enfermaria pediátrica, na manhã de ontem. Foram oito dias de internação na UTI.

O desabamento do bloco de concreto que compõe o muro do metrô ocorreu por volta das 13h do dia 16, durante uma festa alusiva ao Dia das Crianças na comunidade do Papelão, localizada no bairro do Coque, onde a menina reside com a família. A menina estava em pé na calçada, ao lado do muro, quando foi esmagada pela estrutura que desabou.

Ela foi socorrida pelos próprios moradores para o IMIP (Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira), no bairro dos Coelhos, hospital mais próximo do bairro do Coque, onde foram realizados os primeiros socorros.

Devido ao estado grave de saúde da menina, ela foi transferida ainda no mesmo dia para um leito de UTI no Hospital da Restauração, onde permanece internada.

A criança sofreu politraumatismos, com fraturas no crânio, coluna, pés e pelve. Na madrugada do dia 17, a menina foi submetida a cirurgia na pelve e foi intubada. Na quinta-feira (21), apresentou melhora e foi extubada.

"Esses dias foram de tensão porque não é fácil o que estamos passando. Minha filha quase morreu esmagada pelo muro do metrô enquanto brincava. Ela não se pendurou, não encostou, nada. A estrutura desabou nela, sem chance de sair a tempo. Ontem foi a notícia mais feliz que tivemos quando o hospital ligou solicitando acompanhante porque ela estava indo pra enfermaria. Agora, é esperar mais um pouco porque foram muitas fraturas, minha filha é um milagre. Ela já consegue se comunicar, apesar dos muitos machucados", disse Caroline Pereira da Silva, mãe da menina.

Ontem, o pai da menina, o gari Francisco Lino, foi o primeiro a chegar ao hospital para acompanhar a filha, pois a mulher dele estava resolvendo com quem iria deixar os outros dois filhos para poder acompanhar a criança no hospital.

A família cobra que a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos)recupere os blocos de concreto que compõe o muro do metrô que estejam danificados para que não haja novas vítimas. "Dias antes, outra parte tinha caído. Esperamos que haja Justiça, pois minha filha estava inocentemente brincando quando aconteceu essa tragédia", disse a dona de casa.

Melhora

Segundo o hospital da Restauração, a menina respira sem ajuda de aparelhos, após conseguir se recuperar do estado grave que se encontrava e ser extubada, desde a última quinta-feira (21). Ela recebeu alta da UTI para enfermaria por volta das 11h de ontem. Agora, ela está sendo acompanhada pela mãe na enfermaria pediátrica.

De acordo com boletim médico, a menina está consciente, com o estado de saúde estável e não corre mais risco de morrer. Não há previsão de alta médica dela ainda para ir para casa.

Os familiares da menina vivem na comunidade do Papelão. Ela participava de uma festa organizada pela ONG Mão Amiga quando foi surpreendida pela queda do concreto em cima dela.

Cerca de 100 crianças participavam do evento, e somente a menina se feriu com o desabamento de parte do muro do metrô. A calçada junto ao muro do metrô é usada pelas crianças para brincar porque a comunidade não possui espaço para lazer.

Família pede assistência

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. O governo de Pernambuco ingressou com uma notícia-crime contra a CBTU, responsável pela estrutura, e também informou o caso ao Ministério Público Estadual.

A CBTU informou que realiza manutenção em toda extensão da malha metroviária e que está realizando vistoria após a queda do bloco de concreto. A companhia afirmou que também está "investigando a causa do acidente".

A família da menina, que é de baixa renda, pediu ajuda à CBTU, pois o pai deixou de trabalhar por alguns dias por estar abalado psicologicamente, mas só recebeu assistência dias depois disso. Eles receberam uma cesta básica, tiveram as passagens pagas até o hospital e estão sendo acompanhados por psicólogos da companhia de trens.