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Kathlen: MP denuncia 5 PMs por alterar cena da morte de grávida no Rio

Kathlen de Oliveira Romeo estava grávida do primeiro filho quando foi morta durante ação policial no Lins - Reprodução/Arquivo Pessoal
Kathlen de Oliveira Romeo estava grávida do primeiro filho quando foi morta durante ação policial no Lins Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal

Do UOL, no Rio

13/12/2021 16h53

O MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) denunciou hoje cinco policiais militares por modificarem a cena no local onde a designer de interiores Kathlen de Oliveira Romeu foi morta no Complexo do Lins, zona norte carioca. Grávida de quatro meses, Kathlen foi atingida no dia 8 de junho por um tiro de fuzil no tórax durante uma ação policial.

Segundo a denúncia, quatro dos agentes retiraram, antes da chegada da perícia, o material que se encontrava na cena do crime. O MP diz que eles ainda acrescentaram 12 cartuchos calibre 9 mm deflagrados e um carregador de fuzil 556, com dez munições intactas, que foram apresentados mais tarde na 26ª Delegacia de Polícia, no bairro de Todos os Santos.

A família diz que o disparo que matou a designer de interiores partiu de PMs que estavam na comunidade. Testemunhas afirmam que os policiais estavam escondidos em uma casa e abriram fogo contra um ponto de venda de drogas, atingindo a jovem que passava pela rua com a avó.

Em nota, a Polícia Militar afirmou na ocasião que não havia operação no momento e que os tiros começaram após bandidos atirarem contra agentes da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Lins.

Essa acusação, apresentada hoje pela 2ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria da Justiça Militar, não trata contudo da autoria dos disparos que mataram Kathlen, que está sob investigação de outra equipe de promotores.

Os policiais acusados são o capitão da PM Jeanderson Corrêa Sodré, o 3° sargento Rafael Chaves de Oliveira e os cabos da PM Rodrigo Correia de Frias, Cláudio da Silva Scanfela e Marcos da Silva Salviano. O UOL procura a defesa dos policiais para que se manifestem sobre a acusação.

Ainda de acordo com o MP, Sodré estava no local e poderia ter agido como superior hierárquico para garantir sua correta preservação, mas segundo a denúncia omitiu-se quando tinha por lei o dever de vigilância sobre as ações de seus comandados.

"Ato contínuo, enquanto deveriam preservar o local de Homicídio, aguardando a chegada da equipe de peritos da Polícia Civil (PCERJ), os denunciados Frias, Salviano, Scanfela e Chaves o alteraram fraudulentamente, realizando as condutas acima descritas, com a intenção de criar vestígios de suposto confronto com criminosos", diz trecho da denúncia.

Os PMs Scanfela, Salviano, Oliveira e Frias foram denunciados por duas fraudes processuais e por dois crimes de falso testemunho. Já o policial Sodré foi denunciado por fraude processual na forma omissiva.