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TV: Sumiço de cachorra leva a briga na Justiça e teste de DNA, em SP

Chewie foi adotada com 45 dias e sumiu da casa da família, em São Carlos (SP), em outubro de 2018 - Reprodução/TV Globo
Chewie foi adotada com 45 dias e sumiu da casa da família, em São Carlos (SP), em outubro de 2018 Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

26/12/2021 23h54Atualizada em 27/12/2021 00h05

O sumiço de Chewie, uma cachorra da raça Shih Tzu, levou Cacau Oliveira a entrar na Justiça e até fazer um teste de DNA para tentar recuperar o animalzinho de estimação. O caso, divulgado hoje pelo "Fantástico", da TV Globo, já se estende há mais de três anos.

Segundo contou Cacau à reportagem, Chewie foi adotada com 45 dias e sumiu da casa da família, em São Carlos (SP), em outubro de 2018.

"Acredito que eu deixei o portão aberto, de alguma forma, e ela escapou para ir atrás de mim", disse a técnica em enfermagem. "Cheguei em casa à tarde perguntando para o meu esposo por que [a cachorrinha não estava lá]. Ela sempre estava no portão me esperando, e eu olhei e falei: 'Ué, cadê a Chewie?'".

É um sofrimento contínuo, sabe? Porque eu entrei com medicamentos e tudo para poder sanar essa dor que eu estava sentindo.
Cacau Oliveira, dona de Chewie

Desesperada, Cacau começou a divulgar o caso nas redes sociais, na esperança de encontrar a cachorrinha. Foi aí que recebeu uma denúncia anônima pelo Instagram, dizendo que uma mulher havia pegado Chewie, mesmo sabendo que ela tinha dona.

A mulher acusada era Gabrielle Sigoli, de acordo com o "Fantástico". Nas redes sociais, ela se dizia "mãe da Pandora" — antiga Chewie.

Cacau, então, entrou em contato com Gabrielle para pedir que devolvesse a cachorra. A mulher respondeu que Chewie estava em outra cidade e que a traria de volta no dia seguinte — o que não aconteceu, segundo Cacau.

A verdadeira dona resolveu entrar na Justiça e, para provar que a cachorrinha era mesmo sua, fez um teste de DNA com Luck, outro de seus cãezinhos e filho de Chewie. De acordo com Cacau, foram necessárias duas tentativas: na primeira, o exame nem sequer foi feito porque Gabrielle levou um cachorro que não era Chewie; na segunda, aí sim, as amostras foram colhidas e enviadas para análise.

Os testes foram feitos em novembro deste ano e comprovaram o parentesco entre Luck e Chewie (ou Pandora). "Fiquei extremamente feliz. Pensei: 'Agora ela vai voltar'. Foi extremamente emocionante para todos nós", lembrou Cacau à reportagem.

Depois, em 16 de dezembro, uma decisão do TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) determinou a reintegração de posse de Chewie, fixando uma multa diária de R$ 1 mil, limitada ao teto de R$ 10 mil, em caso de descumprimento da decisão.

"Intime-se a ré [Gabrielle], na pessoa de seu advogado, a fim de que promova, no prazo máximo de 24 horas, a imediata restituição da posse da cachorrinha que é objeto destes autos. Roga-se aos patronos das partes, pela maior desvinculação com a questão emocional envolvida, que colaborem e se auxiliem mutuamente para o pronto cumprimento da ordem judicial", diz um trecho da decisão.

O principal argumento [que embasou a decisão do TJSP] foi a manutenção da unidade familiar. O vínculo afetivo entre a cachorrinha e a família.
Carolina de Mattos, advogada de Cacau, ao "Fantástico"

O "Fantástico" procurou o advogado de Gabrielle, que não quis gravar entrevista. A reportagem também foi a mesma casa onde um oficial de Justiça e, antes dele, a própria Cacau já tinham ido, mas não conseguiu localizar a mulher.

Cacau, porém, não perdeu a esperança de reencontrar Chewie. "São três anos de tortura. Mas assim, é um tempo de tranquilidade, de saber que agora está mais perto de tê-la de volta com a gente. Acho que ela vai ficar até sufocada de tanto que a gente vai segurá-la", completou, aos risos.