Embaixador argentino nega que ajuda foi rejeitada por divergência política
O embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, afastou hoje a possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter rejeitado a ajuda humanitária oferecida pelo país vizinho para a Bahia por divergência política.
"Não posso aceitar que se diga que o governo do Brasil não aceita ajuda de países que não coincidem ideologicamente", afirmou Scioli em entrevista à CNN Brasil na noite de hoje.
O embaixador disse reiteradas vezes que a relação entre Brasil e Argentina vem se fortalecendo e destacou diversos acordos e avanços, principalmente na área comercial e agrícola, como o fato de o Brasil ter sido o primeiro país a aprovar o trigo transgênico argentino.
De nenhuma maneira se desprezou a ajuda, ao contrário, se agradeceu e se manifestou que no momento não era necessária.
Daniel Scioli, embaixador da Argentina no Brasil
O diplomata teve cuidado em afirmar que respeita a decisão do governo federal e também em ressaltar que mantém boas relações com todos os governadores brasileiros, incluindo o da Bahia, Rui Costa (PT).
Após a rejeição de Bolsonaro, que disse que a ajuda argentina "não é necessária", Rui Costa afirmou em suas redes sociais que pretende aceitar a oferta do país vizinho mesmo sem passar pela diplomacia brasileira. Na entrevista à CNN Brasil, o embaixador não explicou se o auxílio será prestado dessa forma.
Daniel Scioli disse ainda que o comunicado enviado pelo governo brasileiro ao argentino foi muito claro e dizia reconhecer a fraternidade entre os dois povos. Segundo ele, o documento afirmava ainda que a ajuda seria considerada quando fosse necessária.
Perguntado, o embaixador disse que a relação entre o presidente Alberto Fernández e o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva era uma coisa à parte. Fernández já se manifestou diversas vezes em apoio a Lula e defendia que sua prisão era ilegal.
Por outro lado, Jair Bolsonaro, defendeu inúmeras vezes a reeleição do ex-presidente Maurício Macri, que acabou sendo derrotado por Fernández nas urnas.
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