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Caso Beatriz: Réu diz que fez 'monstruosidade' e quer pagar, afirma defesa

Menina de 7 anos morreu durante festa de formatura em escola em Petrolina (PE) - Reprodução/Redes Sociais
Menina de 7 anos morreu durante festa de formatura em escola em Petrolina (PE) Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo

16/01/2022 10h05Atualizada em 17/01/2022 11h13

O réu confesso do assassinato da menina Beatriz Mota, de 7 anos, em uma escola de Petrolina (PE), em 2015, diz estar arrependido do crime e quer pedir perdão para a mãe da criança. É o que afirmou em entrevista à Rede Globo a advogada Niedja Mônica da Silva, que representa Marcelo da Silva.

Marcelo confessou o assassinato depois que a polícia científica revelou ter encontrado seu DNA na faca deixada no tórax da criança após 42 golpes. De acordo com a defesa, o réu chora sempre que fala sobre o caso e deseja pagar pelo crime que cometeu.

"Ele disse que quer ver a mãe [da menina] para pedir perdão", afirmou Niedja ao se referir a Lucinha Mota. "Ele disse que foi de uma monstruosidade muito grande e quer pagar pelo que fez."

Depois que ele viu o drama da mãe, ele disse que quis contar [que foi ele] para aliviar o coração dela, para ficar em paz. Ele usa essa expressão: 'Eu quis aliviar o coração dela para ela ficar em paz. Que realmente o culpado sou eu'.
Niedja Mônica da Silva, advogada do réu Marcelo da Silva

Niedja assumiu o caso depois de procurada por parentes de Marcelo.

"Como ele é réu confesso, eu estou aqui para fazer com que a lei seja cumprida. O meu compromisso é com o processo", disse ela. "A gente aqui está para defender os direitos. Como ele repetiu as mesmas coisas duas vezes, creio realmente que foi ele quem fez."

Exame de DNA seis anos depois

O homem está preso desde 2017 por estupro de vulnerável, ameaça e cárcere privado. Na última quinta-feira (13), ele foi transferido para um presídio na Grande Recife e colocado em uma "cela disciplina" vigiada por agentes do Grupo de Operações e Segurança.

A autoria do crime só foi anunciada depois de seis anos do assassinato, 15 dias depois que os pais da garota percorreram mais de 700 quilômetros a pé —de Petrolina a Recife— para pedir justiça.

O esclarecimento do caso só foi possível depois que os peritos coletaram o DNA no cabo da faca e encontraram amostras do sangue do autor misturadas ao de Beatriz.

A ex-gerente da Polícia Científica, Sandra Santos —que chefiou a corporação durante as investigações—, deixou o cargo dias antes do anúncio da autoria do crime.

De acordo com ela, o uso do DNA no esclarecimento do assassinato só teria sido possível agora porque, na época do crime, o estado não teria a estrutura adequada para o exame.

Depoimento

De acordo com a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, Marcelo da Silva confessou que entrou no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora para conseguir dinheiro. Como seria morador de rua, usava uma faca para se defender.

Ele teria admitido que, ao vê-lo, a menina Beatriz se desesperou e, para silenciá-la, a teria esfaqueado. Para os pais de Beatriz, a motivação apontada pela secretaria "não convence" porque o colégio possui rígidos protocolos de segurança.