Professor que ostentava vida de luxo é preso com 104 kg de cocaína, em MS
O professor Walter Riquelme, de 33 anos, foi preso ontem em flagrante suspeito de tráfico de drogas em Ponta Porã (MS). Com ele foram encontradas mais de 104 kg de pasta base de cocaína. Investigações da Polícia Civil apontavam que nos últimos meses ele ostentava em redes sociais uma vida de luxo. Ele atuava na rede municipal de ensino.
"A partir de setembro identificamos ele com um padrão de vida totalmente incompatível. [Com] viagens e valores muito altos que ele estava gastando em bares em Ponta Porã (MS) e na cidade paraguaia vizinha Pedro Juan Caballero", detalha ao UOL o delegado Rodolfo Daltro, da Defron (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira).
De acordo com a Polícia Civil, o professor utilizava a casa da própria mãe, que atualmente mora na Espanha, para depositar as drogas. Ele estava saindo do local em um carro com placas paraguaias. No veículo havia duas pessoas, que não estariam envolvidas com o tráfico e apenas iriam acompanhar Walter em um churrasco.
Segundo as investigações, nas festas que frequentava o suspeito fazia questão de se identificar como "amigo dos patrões do tráfico". Ao ser abordado, o suspeito confessou que havia droga dentro da residência da mãe e que ela não tinha conhecimento da atividade ilícita. Ele também teria dito que guardava os tabletes de drogas para "desconhecidos".
"Ele é um traficante muito forte de Pedro Juan Caballero e Ponta Porã e guardava somente (droga) química, ou seja, pasta base de cocaína e cocaína. Ele alegou receber R$ 10 mil por semana, mas ele recebia cerca de R$ 30 mil para guardar a droga", afirma o delegado.
Walter foi contratado pela prefeitura de Ponta Porã em março de 2020 e tinha como remuneração um salário mínimo (R$1.100,00 em 2021). Ele foi exonerado do cargo de professor temporário em dezembro de 2021, segundo o portal de transparência do município.
Ao ser autuado e preso em flagrante por tráfico de drogas e associação para o tráfico o suspeito se manteve em silêncio. Hoje ele passou por audiência de custódia e o juiz manteve a prisão preventiva. O UOL fez contato com a Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul, responsável pela defesa de Walter, mas o caso não está sendo acompanhado pelo órgão já que o homem contratou um advogado particular. O espaço segue aberto, caso a defesa deseje se manifestar.
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