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Vereador de Embu é detido por suspeita de injúria racial em prédio no Rio

Lola Ferreira

Do UOL, no Rio

24/01/2022 17h11

O vereador Renato Oliveira (MDB), presidente da Câmara de Vereadores de Embu das Artes (SP), foi detido ontem em um condomínio na região de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro. Ele foi indiciado por injúria racial e resistência.

De acordo com informações da Polícia Militar, agentes do Batalhão de Jacarepaguá (18º BPM) foram até o condomínio para verificar um "princípio de tumulto". No local, uma pessoa relatou que sofreu injúria racial por parte de Oliveira e todos foram levados à Delegacia da Taquara (32ª DP). O UOL procurou o vereador, mas não obteve respostas até a publicação da reportagem.

A Polícia Civil informou que o vereador responderá pelos crimes em liberdade e o caso será remetido à Justiça. Imagens que circularam nas redes sociais mostram a ação dos PMs na piscina do condomínio. Diante da resistência de Oliveira para sair do local, um dos agentes pulou na piscina para retirá-lo e levá-lo à 32ª DP.

O condomínio onde Oliveira foi detido é considerado de luxo. O local conta com piscina, quadra de tênis, churrasqueira, salões de jogo, salões de festas, sala de repouso e spa. A reportagem procurou a administração do local às 16h de hoje, mas afirmaram não ter ninguém disponível para comentar sobre o assunto.

Vereador responde por tentativa de homicídio

Se os trâmites seguirem, será a segunda vez que Oliveira responderá por um caso de grande repercussão. Ele responde por tentativa de homicídio triplamente qualificado após atacar um jornalista em 2017, de acordo com o MP-SP (Ministério Público de São Paulo).

Na denúncia, o MP-SP afirma que Oliveira e outro homem, Lenon Roque Alves Domingos, tentaram matar o chargista Gabriel Barbosa da Silva, do jornal Verbo Online. Silva era um crítico à administração de Embu das Artes, da qual Oliveira fazia parte como secretário adjunto na época.

A promotora Alice Camargo relata que a dupla estava de carro e perseguiu Silva na rodovia Régis Bittencourt até que ele caísse da moto que pilotava. Com a queda, a dupla atirou três vezes contra ele — que não foi atingido por "erro de pontaria" — e fugiu.

O caso foi julgado pelo juiz Rodrigo Aparecido Bueno de Godoy, que determinou, em junho de 2020, que os acusados sejam julgados diante do Tribunal do Júri. A defesa da dupla ainda recorre da decisão.