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Moïse: 'Agredido como se fosse animal peçonhento', diz MP ao denunciar três

O jovem congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, 24, morto por espancamento na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio - Facebook/Reprodução
O jovem congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, 24, morto por espancamento na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio Imagem: Facebook/Reprodução

Do UOL, em São Paulo

22/02/2022 10h39Atualizada em 22/02/2022 11h44

O MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) denunciou ontem três pessoas pela morte do migrante congolês Moïse Kabagambe, assassinado no dia 24 de janeiro em um quiosque na praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Os alvos da denúncia foram Fábio Pirineus da Silva, o Belo; Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove; e Brendon Alexander Luz da Silva, o Tota. Os três foram denunciados por homicídio triplamente qualificado. Eles foram presos em 2 de fevereiro.

"Os denunciados Fábio, Brendon e Aleson, ao agredirem a vítima com tamanha violência e por longo tempo, mesmo quando ela já estava indefesa, concorreram eficazmente para a morte de Moïse", diz a denúncia da 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro.

Ainda segundo a procuradoria, o crime foi praticado por motivo fútil por decorrer de uma discussão.

O crime foi praticado com emprego de meio cruel, eis que a vítima foi agredida como se fosse um animal peçonhento.
Ministério Público do Rio de Janeiro

O fato de Moïse ter sido derrubado e imobilizado, sem ter como reagir às agressões, caracterizou a terceira qualificadora do crime.

Imagens de câmera de segurança do quiosque mostraram os três dando socos, chutes e golpes com pedaços de pau em Moïse na noite de sua morte. De acordo com a denúncia, Tota derrubou o congolês, que caiu indefeso. A seguir, com a vítima imobilizada por Brendon, Bello agrediu Moïse com um bastão de madeira.

Em seguida, Bello passou o bastão para Dezenove, que continuou com as agressões. Mesmo sem reagir, a vítima foi amarrada por Brendon e Fábio, sendo deixada caída. Moïse foi agredido com golpes desferidos com um taco de beisebol, socos, chutes e tapas.

O MP do Rio também opinou favoravelmente à conversão de prisão temporária em preventiva, já que, no entendimento da procuradoria, os denunciados poderiam causar risco à instrução criminal, em especial contra a família da vítima, composta por pessoas socialmente vulneráveis.

A promotoria requereu que seja designada audiência preliminar para análise da conduta dos indiciados Jailton Pereira Campos, também conhecido como Baixinho; Matheus Vasconcelos Lisboa; e Viviane Mattos Faria, que deixaram de prestar socorro à vítima.